Manifestação teve cantos contra Bolsonaro e camisetas da União da Juventude Comunista
As aulas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foram paralisadas nesta terça-feira, dia 18 de outubro. A suspensão das atividades na Universidade foi determinada pelo Diretório Central dos Estudantes em Assembleia na última sexta-feira (14) e teve como objetivo a participação dos alunos em atos “pela educação”, contra Bolsonaro e a favor da eleição dos petistas Lula e Décio.
O aviso sobre a suspensão das aulas foi postado no Instagram do DCE.
“Neste dia 18/10, vamos às ruas! Não vai ter aula, vai ter luta!
Contra a privatização, por orçamento público para universidade pública! Fora Bolsonaro!
Lula lá, Décio e Bia aqui!
Pela revogação da EC95!
Contra ensino remoto!
Educação pública, gratuita e de qualidade!
Recomposição e ampliação do orçamento da universidade!
10-13% do PIB para educação!”, diz o aviso.
Os vídeos do protesto foram postados nas redes sociais do próprio DCE e de alunos que participaram do movimento. Durante o ato, os estudantes cantaram músicas chamando o presidente Jair Bolsonaro (PL) de “genocida” e reclamaram do valor dos alimentos e do gás.
Deputados repercutem mobilização
O deputado estadual Bruno Souza (NOVO) denunciou em seu Twitter que salas da UFSC estavam sendo bloqueadas para impedir que os estudantes que não foram ao protesto tivessem aula.
“AGORA: arruaceiros bloqueiam salas na UFSC para forçar estudantes a participar de sua manifestação pró Lula. Eles sabem: na base das ideias, não convencem ninguém”, escreveu o parlamentar.
O deputado Federal Daniel Freitas também comentou o caso em suas redes sociais.
“O DCE da UFSC determinou PARALISAÇÃO TOTAL das aulas para que “os alunos componham ato em favor da educação” e apoio para as candidaturas de Lula à presidência da República e de Décio Lima (candidato do PT) para o governo de Santa Catarina. E o imposto do cidadão bancando tudo”, afirmou.
A movimentação política foi incentivada pela União Nacional dos Estudantes e acontece em todo o país.
O protesto teve como estopim os supostos cortes no Ministério da Educação que, segundo estudantes e funcionários, podem inviabilizar o funcionamento da Universidade.
O DCE informou que a mobilização foi aprovada “pela situação orçamentária considerada preocupante e o cenário de precarização da Universidade o que, segundo o Diretório, estaria ameaçando seu funcionamento até o final do ano”.
Movimentos comunistas atuantes dentro da Universidade
No perfil do DCE no Instagram é possível ver que movimentos comunistas estão ativos dentro da UFSC. Uma postagem com o título “Grito dos Excluídos”, de 5 de setembro, convoca alunos para irem às ruas “contra o fascismo e a criminalização dos movimentos populares”. No texto, o DCE afirma que Bolsonaro não pode “impor seu projeto de morte”. Em outro post, o Movimento Negro convida estudantes negros para reunião. Ao fim do texto a mensagem “racistas não passarão”.
Alguns alunos aparecem usando camisetas da União da Juventude Comunista (UJC) em vídeos da mobilização desta terça-feira (18).
Nota da UFSC
No fim da manhã desta terça, a UFSC emitiu uma nota afirmando que “o movimento estudantil de todo o Brasil está mobilizado contra os cortes orçamentários que atingem as universidades e tem autonomia para definir suas pautas e reivindicações.”
Confira a nota da UFSC na íntegra:
O movimento estudantil de todo o Brasil está mobilizado contra os cortes orçamentários que atingem as universidades e tem autonomia para definir suas pautas e reivindicações. Neste sentido, é legítimo que busque a participação de todos os estudantes em suas ações, no entanto não tem poder para determinar suspensão de aulas. O calendário acadêmico da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) é definido pelo Conselho Universitário e esta terça-feira, 18 de outubro, é dia letivo. Não houve nenhum ato da Administração Central em relação à suspensão de aulas.