Em participação no podcast “Quem Pode, Pod”, a cantora Iza disse ser demissexual. A orientação sexual, pouco conhecida, consiste em se relacionar sexualmente somente com quem tem conexões emocionais.
“Eu demoro muito para querer transar com alguém. Acho que só se tiver alguma conexão com a pessoa. Transei uma vez e fiquei ‘meu Deus, fui violada, invadida’, com aquela sensação de ‘porque fiz isso?’. Demorei para entender que não tinha nada a ver com o boy, mas comigo”, afirmou a cantora.
Demissexuais como Iza estão dentro do espectro da assexualidade (o “A” da sigla LGBTQIA+). Isso indica a falta de atração sexual parcial, condicional ou total por outras pessoas – e apesar de não ter vontade de fazer sexo, não há nada que impeça a pessoa de ter relações, sentir prazer ou ter libido, por exemplo.
No caso dos demissexuais, a situação é condicionante: caso estabeleça um vínculo afetivo forte com outra pessoa, sente atração física e se relaciona sexualmente, afirma a sexóloga Priscila Junqueira.
A profissional reforça que essa falta de atração não deve ser confundida com ausência de desejo.
“Quando é disfunção, desejo hipoativo, que acomete tanto homens quanto mulheres, precisa ser olhado e cuidado. Na assexualidade simplesmente não tem essa atração sexual pelo outro, e a demissexualidade está dentro do espectro. Vai ter atração sexual sim, mas por alguém que esteja envolvida emocionalmente”, diz Junqueira.
Existem outras subcategorias de assexualidade, como o arromântico, que não sente atração sexual nem romântica; o demirromântico, que sente atração afetiva só com fortes laços emocionais; o romântico, que pode sentir atração romântica e pode ser homossexual, heterossexual ou pansexual; e, por fim, a menos conhecida, a gray-a, que sente atração sexual ocasional, mas não precisa de vínculo forte.