“Vocês estão acompanhando as inserções do nosso partido que não foram passadas em dezenas de milhares de rádios pelo Brasil. Sou vítima mais uma vez”, alegou ao lado do vice, Braga Netto (PL)
Em agenda em Minas Gerais, o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), falou nesta quarta-feira (26/10) sobre a denúncia apresentada por sua campanha de que rádios teriam reproduzido mais inserções a favor do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em Teófilo Otoni, o chefe do Executivo se caracterizou como “vítima mais uma vez”.
“Deixo bem claro, é um assunto do momento, mais uma do TSE. Vocês estão acompanhando as inserções do nosso partido que não foram passadas em dezenas de milhares de rádios pelo Brasil. Sou vítima mais uma vez. Onde poderiam chegar as nossas propostas, nada chegou”, alegou ao lado do vice, Braga Netto (PL).
Bolsonaro também comentou sobre a exoneração do funcionário do TSE, Alexandre Gomes Machado e, sem provas, falou em “interferência” e “manipulação”, além de acusou ter “dedo do PT” na história. Segundo o chefe do Executivo, “o PT e o TSE têm muito a explicar”.
“E não será demitindo um servidor do TSE que o TSE vai botar uma pedra nessa situação. Aí tem dedo do PT. Não tem coisa errada no Brasil que não tenha dedo do PT. O que foi feito, comprovado por nós, pela nossa equipe técnica é interferência, é manipulação de resultado. Eleições têm que ser respeitadas, mas, lamentavelmente, PT e TSE têm muito que se explicar neste caso”, afirmou.
Porém, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmou hoje, em resposta às denúncias da campanha, que a distribuição da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão não é função da Corte, mas sim das emissoras. A Corte disse ainda que os canais de rádio e televisão do país devem manter contato com o pool de emissoras, que recebe as mídias enviadas pelos partidos políticos para serem veiculadas e também se encarrega da geração do sinal dos programas eleitorais. O pool é formado por representantes dos principais canais de comunicação e está baseado na sede do TSE.
Ontem, a campanha entregou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma petição acompanhada de um link público do Google Drive com acesso a uma planilha de horários que comprovaria que oito emissoras de rádios teriam reproduzido mais inserções a favor do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do que de Bolsonaro. Entre as citadas estão as rádios Bispa FM e Hits FM, de Recife (PE); Clube FM, de Santo Antônio de Jesus (BA); Povo FM, de Feira de Santana (BA); Viva Voz, de Várzea da Roça (BA); Povo FM, de Poções (BA); Integração FM, de Surubim (PE); e Extremo Sul FM, de Itamaraju (BA).
No último dia 24, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, disse que o presidente teve 154 mil inserções de rádio a menos do que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas últimas duas semanas.
A petição protocolada foi uma resposta à determinação do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Após a apresentação de dados levantados por uma auditoria particular contratada pela campanha bolsonarista, Moraes divulgou despacho dando o prazo de 24 horas para que fossem apresentadas provas que comprovassem os números apresentados em coletiva de imprensa pelo ministro das Comunicações. Caso as denúncias não sejam provadas, a coligação do presidente poderá ser enquadrada por crime eleitoral.
Na segunda-feira (24), de acordo com o ministro Moraes, a petição protocolada pelo partido não possuía “qualquer prova e/ou documento sério limitando-se o representante a juntar um suposto e apócrifo ‘relatório de veiculações em rádio”. Ontem, o QG de campanha de Bolsonaro rebateu a pecha de documento “apócrifo” dada por Moraes.
“De droga já basta o PT”
Ainda no comício, Bolsonaro repetiu menção à facada recebida em 2018. “É um prazer retornar ao estado onde eu renasci e, mais ainda, ver um mar de gente usando verde e amarelo. Um estado que é quase um país, um estado que, cada vez mais, tendo pessoas como (Romeu) Zema na frente, cada vez mais vai rumo ao progresso e ao desenvolvimento”, emendou, ao som de mito.
Segundo o chefe do Executivo, a visita ao estado não tem objetivo de “virar votos”, mas de consolidar sua reeleição. “Tenho um grande orgulho de ser presidente desse Brasil, entendo que é uma missão do nosso Deus. Estamos aqui na reta final desse segundo turno, não para virar, porque Minas já virou, mas para consolidar a nossa reeleição”, completou, citando dados da economia. “O Brasil vai indo muito bem pós pandemia.” Bolsonaro terminou o primeiro turno atrás do petista em Minas Gerais, com 43,6% dos votos. Lula recebeu 48,29%.
O presidente aproveitou para alfinetar o PT novamente, dizendo “falar palavrão, mas não ser ladrão”. Ele insistiu na pauta conservadora destacando que, com “a família ajustada, todo mundo lucra” e que “o PT sempre atacou os valores familiares”.
O presidente completou que Lula é a favor da legalização das drogas e que “de droga já chega o PT”. “De droga já basta o PT, que é uma droga. Esse partido que não respeita a família de ninguém”.