Presidente terá 14 inserções para contestar exploração de entrevista na qual ele fala de experiência com indígenas
Foto: Evaristo Sa/AFP
O presidente Jair Bolsonaro terá 14 inserções no horário eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silvapara responder a uma propaganda que diz que o atual mandatário do país admitiu que “comeria carne humana”. O direito de resposta foi concedido nesta quarta-feira, 19, pelo ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do Tribunal Superior Eleitoral.
A peça veiculada pela campanha de Lula mostra uma entrevista concedida por Bolsonaro em 2016, na qual ele diz que “comeria um índio sem problema nenhum”. O TSE considerou que a fala do presidente foi descontextualizada. “Observa-se que o recorte produzido pelos representados é incongruente com a mensagem original, de modo a configurar grave descontextualização aviltante a imagem do candidato à reeleição”, diz a decisão.
Bolsonaro já havia se pronunciado publicamente sobre a propaganda de Lula. “Me rotularam de canibal esses dias, não tem cabimento uma questão dessa daí. Isso é um vídeo de 30 anos atrás numa reserva indígena yanomami, onde o indígena que morria era por três, quatro dias, o seu corpo era cozinhado, e depois os indígenas comem isso aí”, explicou em entrevista à TV Alterosa.