Na terça-feira 4, Ministério da Justiça pediu investigação à Polícia Federal sobre erros nos resultados
Em pronunciamento na solenidade de formalização de apoio do governador eleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar os erros dos institutos de pesquisas no primeiro turno das eleições.
No caso das eleições presidenciais, as pesquisas de véspera apontavam até 14 pontos porcentuais de vantagem de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Bolsonaro. As urnas revelaram 5 pontos de diferença.
“Muitos votaram em quem estava na frente para não ter segundo turno, para botar um ponto final nas eleições, para não perder mais um domingo, segundo a ideia dessas pessoas. Arrastaram, sim, pessoas para lá”, afirmou Bolsonaro.
“Tanto é que, quando foi anunciado o segundo turno no domingo, o que aconteceu com nossa economia na segunda-feira? O dólar caiu demais, a bolsa subiu bastante, é uma demonstração de que estavam precificando o que apontavam os institutos de pesquisa, a volta do PT”, completou. Ele disse esperar que, no segundo turno, os institutos “não dobrem a aposta”. “A intenção é interferir na democracia. Isso é antidemocrático”, acrescentou Bolsonaro.
Lula terminou a eleição com 48,4% dos votos e Bolsonaro, com 43,2%. Na véspera, a pesquisa Datafolha apontava o petista com 50% e o presidente com 36%. O levantamento do Ipec mostrava o candidato do PT com 51% e o chefe do Executivo com 37%.
Ibaneis, ao lado de Bolsonaro, disse que os institutos de pesquisa no Brasil têm agido “contra a democracia e merecem, sim, serem investigados e punidos”.
Na terça-feira 4, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, informou ter encaminhado à Polícia Federal (PF) um pedido de abertura de inquérito para apurar a atuação dos institutos de pesquisas eleitorais. De acordo com o chefe da pasta, o pedido atende à representação recebida pelo ministério, que mostrou “condutas que, em tese, caracterizam a prática de crimes perpetrados” pelas empresas.
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