Esta foi a terceira alta consecutiva para tentar conter inflação recorde na Zona do Euro
Foto: Reprodução/Wiki Commons
O Banco Central Europeu (BCE) aumentou nesta quinta-feira, 27, as taxas de juros pela terceira vez consecutiva e sinalizou a intenção de começar a tirar dinheiro do sistema bancário para combater a inflação recorde.
Regulador da política monetária dos 19 países que adotam a moeda única, o BCE aumentou a taxa de juros que paga sobre os depósitos bancários em 0,75 ponto porcentual, que passou a ser de 1,5%, o nível mais alto desde 2009.
“O Conselho do BCE tomou a decisão de hoje, e espera aumentar ainda mais as taxas de juros, para garantir o retorno oportuno da inflação para 2%”, informou o órgão regulador, em nota. A Zona do Euro registrou, em setembro, inflação de 9,9%.
Aumento dos preços e da energia são itens que mais pesam na pressão inflacionária, que começou a ser sentida no segundo semestres do ano passado, com o fim das restrições impostas para conter a pandemia de covid-19, e se acentuou este ano, com a invasão da Ucrânia pela Rússia e a redução do abastecimento com gás natural.
O BCE repetiu os planos de continuar reinvestindo o lucro de € 3,3 bilhões em títulos do programa de compra de ativos (APP, na sigla em inglês) nos últimos oito anos, quando pensava que a inflação iria permanecer baixa. “O Conselho do BCE pretende continuar reinvestindo, na totalidade, os pagamentos principais de títulos vencidos comprados sob o APP por um período de tempo prolongado”, disse o BCE.
Com a decisão desta quinta-feira, o órgão regulador também aumentou a taxa de sua Principal Operação de Refinanciamento, um leilão semanal de dinheiro que os bancos mal conseguiram acessar durante anos, de 1,25% para 2,0%, enquanto a do Instrumento de Empréstimo Marginal passou de 1,5% para 2,25%.