Um protesto de ativistas climáticos terminou em confusão em Wolfsburg, na Alemanha, no último dia 21. Membros do grupo “Scientist Rebellion” (Rebelião Cientista), decidiram colar as mãos no chão de uma concessionária da Porsche, a Autostadt, em protesto pela descarbonização do setor automobilístico. Quando o dia de trabalho dos funcionários da concessionária terminou, no entanto, os ativistas foram deixados lá dentro, sem conseguirem se movimentar.
Segundo o cientista Gianluca Grimalda, um dos ativistas presos no chão, os funcionários não atenderam ao pedido dos 15 ativistas, nove dos quais grudados no chão, para deixá-los “uma bacia para fazer seus negócios”. Para Grimalda, esse protesto se transformou em horror. O cientista foi transferido para o hospital por causa de um inchaço em sua mão causado pela imobilidade. Segundo os médicos, coágulos “potencialmente fatais” se formaram.
Grimalda relata que, após uma recepção aparentemente “amigável” da chefia da concessionária, o aquecimento do local foi desligado, as luzes foram apagadas e os ativistas foram deixados em condições precárias. Depois de oferecerem comida aos ativistas e Grimalda ter anunciado que faria greve de fome, todos os ativistas ficaram sem receber comida. Depois de 20h, eles começaram a gritar para chamar a atenção para o problema, como relata Grimalda. O cientista era o único do grupo que estava em greve de fome.
Gianluca Grimalda — Foto: Reprodução/Redes sociais
“A segurança vinha 2-3 vezes durante a noite, rindo de nós e direcionando lanternas em nosso rosto para nos impedir de dormir. Meu pedido de assistência médica depois que minha mão inchou foi adiado por várias horas”, relata Grimalda, que faz questão de afirmar que esses relatos não se tratam de uma “reclamação”, mas de denunciar “o quão falso é o comunicado da concessionária” quando eles dizem que “se importaram” com a saúde dos ativistas.
Segundo o comunicado oficial da Autostadt, o protesto levou a “danos materiais”. A concessionária nega que os ativistas tenham sido deixados em condições precárias. “Eles receberam cuidados adequados e suas necessidades higiênicas também foram atendidas”, diz a empresa. Confira abaixo o comunicado, na íntegra.