Na contramão da maioria das etnias indígenas espalhadas pelo Brasil, a tenente é defensora ferrenha do presidente Jair Bolsonaro (PL)
Primeira indígena a se tornar oficial do Exército, Sílvia Nobre Waiãpi, foi eleita deputada federal pelo Amapá, com 5.435 votos. Na contramão da maioria das etnias nativas, a tenente é defensora ferrenha do presidente Jair Bolsonaro (PL) e foi uma das quatro mulheres que integraram o governo de transição, em 2018.
Conservadora, Sílvia nasceu em um rincão do Amapá e ostenta uma história de superação. Passou fome, foi mãe na adolescência e partiu para o Rio de Janeiro em busca de oportunidades. Viveu de empregos temporários, entre eles pontas em telenovelas, até conseguir entrar para o serviço público, em 2011.
Fisioterapeuta reconhecida no Exército, Silvia Nobre foi chefe do serviço de medicina física e reabilitação do Hospital Central do Exército, em Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro, atividade que exalta nas redes sociais, assim como a cultura e as reivindicações indígenas. Periodicamente, ela retorna à sua aldeia na Amazônia.
Carreira no esporte
Em entrevista ao saudoso Jô Soares, gravada em 2012, a atual deputada federal relatou que um incidente traumático foi o pontapé para sua trajetória atlética. Após ser atacada por um homem enquanto fazia uma caminhada no Rio de Janeiro e ter corrido muito para escapar do algoz, decidiu começar a treinar corrida para evitar passar por situações semelhantes.
A indígena tomou gosto e passou a participar de competições. Foi descoberta por um técnico do Vasco da Gama e passou a treinar no corrida. no clube. Por sua boa performance, ganhou uma bolsa para estudar fisioterapia em 2003, no Centro Universitário Augusto Motta.