O governador do Rio, Cláudio Castro (PL) — reeleito com 58,67% dos votos — atribui a vitória em primeiro turno a ser o único candidato no campo da direita e aponta, em entrevista ao GLOBO, os erros da esquerda. Para o governador, a esquerda vive em uma bolha: “as pessoas voltaram a comer em restaurantes populares no meu governo. Existem problemas, é claro. Mas a vida como ela é não é a que a esquerda enxerga”.
Castro conta ainda que vai reunir os prefeitos do estado e os deputados eleitos para pedir apoio ao presidente Jair Bolsonaro e que estão previstos três grandes eventos com a presença da família Bolsonaro no Rio. Leia a entrevista completa:
Qual será o seu papel nesse segundo turno para reeleger o presidente Jair Bolsonaro?
Vamos chamar os prefeitos e deputados eleitos para conversar e pedir apoios. Já acertamos que faremos três grandes eventos no Rio, com a presença da família Bolsonaro. Serão comícios, com discursos mesmo. Um deles será na Baixada Fluminense, outro em São Gonçalo e o terceiro na Zona Oeste da capital. Entre os evangélicos, por exemplo, acho que o Bolsonaro tem tudo para ter algo entre 75% e 80% dos votos no Rio.
Por que Bolsonaro é melhor que Lula para o senhor?
Olho na perspectiva do que vivi. Quando assumi, corremos o risco de atrasar salário, e ele me ajudou. Depois, quando a população estava passando fome, Bolsonaro deu o Auxílio Emergencial. No regime de recuperação fiscal e na concessão da Cedae, ele também estava lá. Por que vou trocar um cara que não me faltou em momento algum para um que eu nunca tive relação? A realidade é que o Rio quebrou com a Dilma, e ela não nos socorreu. Quando eu precisei, Bolsonaro socorreu.
Sua eleição no primeiro turno no Rio foi mais fácil que o senhor imaginava?
Depois do resultado é fácil falar. A minha maior habilidade foi me viabilizar como o único candidato do meu campo. Isso foi fundamental, já que fiquei sozinho como opção. O Paulo Ganime e o partido Novo não representaram isso. Ele se dizia “a direita de verdade”, mas como deputado votou contra todas as pautas sociais e o Auxílio Emergencial. Alguém por acaso acredita que um cara do Novo vai aumentar salários de inativos (o governador reajustou servidores no fim de 2021)? Faça-me o favor…
E por que a esquerda não conseguiu chegar ao segundo turno?
A esquerda vive em uma bolha. Quantos votos o Roger Waters tem no Rio? Pois, então: ele gravou um vídeo em inglês me batendo (o ex-vocalista do Pink Floyd pediu voto em Freixo e afirmou que o governador não era “amigo do povo”). Outro que me criticou foi o Fábio Porchat. Quem é ele? Quem é o Gregório Duvivier? São pessoas que fazem comédia em cima da desgraça. É o papel deles na sociedade, mas não é a vida como ela é. A vida das pessoas, o que impacta votos, é a redução do preço da gasolina, do arroz e do feijão. As pessoas voltaram a comer em restaurantes populares no meu governo. Existem problemas, é claro. Mas a vida como ela é não é a que a esquerda enxerga.