Em um ano, desde setembro do ano passado, os países membros da União Europeia gastaram € 450 bilhões — o equivalente a R$ 2,2 trilhões — em medidas para enfrentar a crise energética. O montante corresponde ao Produto Interno Bruto (PIB) da Áustria. O levantamento dos gastos foi feito pelo Instituto Bruegel, uma think tank de Bruxelas especializada em dados econômicos, e divulgado na quarta-feira 21.
Do total, € 314 bilhões foram pagos para combater o aumento do preço da eletricidade, conceder subsídios ou reduzir impostos que poderiam pesar sobre a energia.
Os maiores gastos foram da Alemanha, com € 100,2 bilhões; em seguida, vem a Itália, desembolsando € 59,2 bilhões. A França é a terceira, com € 53,6 bilhões, o que representa 2,2% do PIB do país, segundo o jornal Le Figaro. A França implementou um limite tarifário há vários meses, recentemente renovado para 2023.
Embora a maioria dos países tenha tomado medidas de curto prazo, elas podem se tornar estruturais à medida que a intervenção estatal se incorpora e se torna necessária a médio prazo, de acordo com o estudo do Bruegel.
Um exemplo é a Alemanha, que anunciou na quarta-feira 21 a nacionalização de uma das maiores importadoras de gás da Europa, a Uniper. “Esta situação é claramente inviável do ponto de vista das finanças públicas”, analisa Simone Tagliapietra, pesquisadora do instituto.