O supertelescópio da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa) James Webb encontrou nuvens de areia em um raro exoplaneta. Segundo a equipe responsável pela descoberta, é a primeira vez que foi possível observar esse tipo de fenômeno em um corpo celeste fora do sistema solar.
As nuvens espessas são ricas em grãos de silicato (formado por silício e oxigênio) e estão no entorno de uma anã marrom, chamada VHS 1256 b, que tem quase 20 vezes o tamanho de Júpiter.
Além das nuvens de areia, o supertelescópio da Nasa detectou água, metano, monóxido de carbono, dióxido de carbono, sódio e potássio na atmosfera do exoplaneta. O VHS 1256 b, localizado a 72 anos-luz da Terra, na constelação do Corvo, foi descoberto em 2016. Ele costuma chamar a atenção dos astrônomos por causa de seu brilho avermelhado.
Os dados obtidos pelo James Webb são tão detalhados que mostraram que a proporção de vários gases muda em toda a atmosfera da anã marrom — o que sugere se tratar de um local selvagem e turbulento.
“Em uma atmosfera calma, há uma proporção esperada de, digamos, metano e monóxido de carbono”, explicou Sasha Hinkey, astrônomo da Universidade de Exeter, no Reino Unido, à revista Forbes. “Mas, em muitas atmosferas de exoplanetas, estamos descobrindo que essa proporção é muito distorcida, sugerindo que há uma mistura vertical turbulenta nessas atmosferas.”
Créditos: Revista Oeste.