Estou acompanhando de camarote as pesquisas eleitorais do Brasil inteiro, em especial as do Rio Grande do Norte. Tenho visto uma salada de informações ou desinformações que arrepiam até os mais sarcásticos analistas. Na mesma semana, temos cenários totalmente contraditórios a depender do instituto que formula a pesquisa ou que formulam perguntas com o viés de obter as respostas que lhes convém.
As pesquisas eleitorais no Brasil deveriam ser proibidas em época eleitoral. Elas buscam o voto dos indecisos, do eleitor que quer votar em quem supostamente está à frente. Algumas são criminosas a ponto de disseminar dados absurdamente controversos ao que se vê nas ruas. Nas redes sociais, nos aeroportos, nos eventos, enfim, as pesquisas que são caríssimas e tem propósitos eleitoreiros, na maioria dos casos, servem como um meio de encher os cofres de veículos de “comunicação” e são, em época eleitoral, a alegria de alguns blogueiros.
No Rio Grande do Norte e no Nordeste, me parece que a coisa piora. Em um determinado blog, que vou chamá-lo carinhosamente de Blog do “progressismo”, os títulos são hilários, em uma curva de decadência assombrosa de Lula o blogueiro “Juquinha” estampa: “Lula cai 5 pontos e Bolsonaro sobe 5, MAS, PORÉM, CONTUDO, Lula ganha no primeiro turno e no segundo Bolsonaro perde até para a cadela caramelo”. Os focos são absurdos e se repetem sem que haja reação verdadeira da sociedade. Enquanto isso, esses veículos vão fazendo nossos olhos e ouvidos de penicos e latrinas virtuais.
Se a pesquisa é regional, aí a coisa fica feia nos levantamentos, principalmente para deputados estaduais e federais. Amigos de blogueiros pontuam assombrosamente nas primeiras colocações. Essas manchetes são usadas largamente por blogueiros consorciados para fomentar as manchetes, que se seguem após as pesquisas. Um escárnio com os demais candidatos que não são amigos do rei, o que se fica nesse jornalista é a perplexidade e a esperança que tudo isso mude nos próximos pleitos.
*qualquer nome ou evento nesse artigo de opinião são meramente fictícios
Junior Melo (advogado e jornalista)