O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou hoje o desbloqueio das contas bancárias do dono da Havan, Luciano Hang, e outros empresários eleitores de Bolsonaro que teriam sugerido um suposto golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições presidenciais deste ano.
“Em razão da passagem do feriado de 7 de Setembro e da efetivação do afastamento dos sigilos bancários, medida que possibilitará o aprofundamento da investigação e eventual financiamento de atos criminosos, não configura-se mais necessária a manutenção do bloqueio dos ativos financeiros das pessoas nominadas”, decidiu o magistrado em despacho sigiloso.
A medida ocorre depois de a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, ter pedido duas vezes que Moraes arquive as investigações abertas contra os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). Em sua manifestação, a vice-PGR solicitou ainda que o magistrado anule medidas já tomadas contra os empresários, como a quebra de sigilos bancário e telemático e o bloqueio de contas bancárias. O caso corre em segredo de Justiça.
No documento, a PGR faz um histórico do caso, desde a apresentação do pedido por parlamentares, em 19 de agosto, à solicitação de vistas dos autos, apresentada pela PGR após a deflagração das medidas.
Na sexta-feira (9), o STF havia negado um recurso do MPF (Ministério Público Federal) sobre a operação que teve como alvos, além de Hang, Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu; José Isaac Peres, dono da administradora de shoppings Multiplan; José Koury, dono do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro; Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia; e Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, dono da marca Mormaii. À época da operação, os empresários negaram as acusações.