Arqueólogos em Bornéu, uma ilha da Indonésia, desenterraram um esqueleto humano datado de 31 mil anos atrás sem a perna esquerda inferior, com sinais de que havia sido cuidadosamente amputado. A descoberta pode sinalizar que os humanos faziam avanços médicos muito antes que se pensava.
O achado foi divulgado na revista Nature nesta quarta-feira 7 pela equipe liderada por Tim Maloney, arqueólogo da Universidade Griffith, na Austrália. Segundo os pesquisadores, os ossos notavelmente intactos pertencem a um(a) jovem que morreu entre 19 e 21 anos.
Para Maxime Aubert, professor do Centro de Pesquisa Social e Cultural da Universidade Griffith, a amputação revela uma habilidade cirúrgica considerável. “Eles precisavam ter um conhecimento profundo da anatomia humana, como interromper o fluxo sanguíneo, anestesia e antissepsia. Tudo isso só se tornou a norma muito recentemente”, explica.
Antes da descoberta, os especialistas acreditavam que os humanos não tinham experiência para realizar procedimentos complicados até o surgimento da agricultura e a sedentarização entre os anos de 7 mil a.C. a 2500 a.C.
Para além das habilidades cirúrgicas avançadas, os estudiosos acreditam que os povos de Bornéu tinham conhecimento de plantas medicinais, como antissépticos. “É surpreendente que este adolescente sobreviveu ao procedimento e tenha vivido muitos anos depois”, afirma Charlotte Roberts, professora do Departamento de Arqueologia da Universidade de Durham, no Reino Unido.
Créditos: Revista Oeste.