O deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) esteve nas manifestações de 7 de Setembro na Avenida Paulista, em São Paulo. Aos 53 anos, ele concorre à reeleição como parlamentar e é descendente de Dom Pedro I, o imperador que declarou a independência do Brasil.
Entre as principais mensagens dos manifestantes, ele destaca as reclamações sobre a “tirania do Supremo Tribunal Federal” e os protestos contrários a ideologias comunistas. “Ao mesmo tempo, eu escutava manifestações de esperança”, relatou.
Em entrevista a Oeste, Luiz Philippe disse que tem como missão não desonrar o legado da família real brasileira. “O feito de criar uma nação e fundamentá-la com princípios, valores e uma Constituição é algo que ninguém nunca conseguirá fazer novamente no Brasil”, declarou, sobre o legado de Dom Pedro I.
A seguir, os principais trechos:
Qual o significado das manifestações do 7 de setembro?
Foi uma grande celebração de união e patriotismo em torno da história do nosso país, dos símbolos nacionais e de um futuro que ainda esperamos. Ainda temos vários desafios para alcançá-lo, como as conspirações internas para tirar a liberdade do povo brasileiro, ao mesmo tempo em que temos conspirações externas de domínio do território nacional e de tudo o que acreditamos que seja nosso por destino e formação. Foi um clima diferente das manifestações anteriores. Senti muito mais força desse movimento nacional e soberanista, que pode até mesmo ser chamado de nacionalista.
O senhor pode dar exemplos dessas conspirações?
Como exemplos de conspirações internas, aponto a interferência do STF no Poder do Executivo, a recusa do Tribunal Superior Eleitoral em dar mais transparência às urnas, o desarmamento, o vai e volta em relação à condenação em segunda instância etc. As externas são de território: a internacionalização da Amazônia. De comando político: a Agenda 2030 [metas e objetivos para o desenvolvimento sustentável definidas pela Organização das Nações Unidas]. De comando econômico o ESG [sigla para Environmental, Social and Governance, usada para descrever um modelo de gestão direcionado por questões sociais e ambientais]. E ainda temos a China controlando canais de produção e a distribuição de commodities.
Por que o senhor decidiu participar das manifestações do 7 de setembro?
Participo dessas manifestações para tirar o país de um sistema corrupto, dominado por socialistas e pelo narcotráfico desde 2014. Mas, claro, o grande pano de fundo foi o bicentenário da Independência do Brasil. Isso me tocou mais neste ano do que meu lado ativista. Esses dois motivos estavam em simbiose, eles são igualmente importantes.
Qual a principal reclamação que o senhor ouviu dos manifestantes nas ruas?
A manifestação que vi verbalizada nos caminhões e nas ruas foi contra a tirania do Supremo Tribunal Federal. Isso foi o que mais ressoou. Depois, a reclamação contra as ideologias comunistas ainda estarem dominando em pontos de controle do país, como a mídia. Ao mesmo tempo, presenciei manifestações de esperança de que vale a pena lutar pelo Brasil e por tudo que ele representa e pode ser. Isso foi até maior do que as reclamações.
Há 200 anos, D. Pedro I, seu antepassado, decidiu que o Brasil deveria se tornar uma nação independente. Qual é a sensação de participar da manifestação de ontem como descendente do primeiro governante do país?
Tenho certeza de que Dom Pedro ficaria completamente maravilhado com as manifestações, com o que a gente se tornou e de ver essa comunhão. Imagino que, no início do século XIX, a ideia de termos uma nação próspera e rica era apenas compartilhada por um grupo pequeno e, hoje, milhões nas ruas compartilham desse desejo. Ele estaria em jubileu, nada menos do que isso.
Créditos: Revista Oeste.