A preferência pelo atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), tem crescido entre os eleitores de Ciro Gomes (PDT) que admitem uma mudança de voto —antes, a tendência de migração era mais clara na direção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo a pesquisa Datafolha, os eleitores de Ciro e de Simone Tebet (MDB) são mais voláteis: 54% admitem votar em outro candidato no dia 2 de outubro. Entre os emedebistas indecisos, a divisão é mais equilibrada entre Lula, Bolsonaro e Ciro como “plano B”.
O candidato do PDT intensificou suas críticas a Lula na campanha, o que pode ter tido o efeito de empurrar seus eleitores na direção do bolsonarismo. Conteúdos de Ciro contrários ao PT e ao ex-presidente costumam repercutir em grupos de apoio ao presidente.
A divisão de segunda opção de voto para eleitores de Ciro é 33% para Lula, 30% para Bolsonaro, 14% para Tebet, 9% para Soraya Thronicke (União Brasil), 8% brancos e nulos e 6% que não sabem.
Em 1º de setembro, eram 35% para Lula e 24% para Bolsonaro. Em 18 de agosto, 34% a 20%.
Os eleitores voláteis de Tebet se dividem entre Lula (23%), Ciro (21%) e Bolsonaro (19%). Outros 10% preferem Soraya, enquanto brancos e nulos somam 18% e 7% não sabem.
No entanto, num eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro, os eleitores de Ciro votam no petista em sua maioria (48%), ante 26% no presidente e 22% de branco ou nulo.
Os eleitores de Tebet também preferem Lula (41%) a Bolsonaro (22%), enquanto 33% declaram branco ou nulo.
O contingente de eleitores de Lula e Bolsonaro disposto a mudar de voto é menor —14% e 17% respectivamente.
Entre os eleitores de Lula que poderiam votar em outro candidato, 34% escolhem Ciro como “plano B”, enquanto 21% migrariam para Bolsonaro, 15% para Tebet e 7% para Soraya —9% votariam branco/nulo e 10% não sabem.
Também entre os bolsonaristas, Ciro é a principal segunda opção. Os eleitores incertos de Bolsonaro tendem para Ciro (39%), Lula (26%) e Tebet (8%). Outros 5% declaram branco ou nulo, enquanto 6% não sabem.
Quando a pergunta é, de modo geral, sobre quem seria a segunda opção de voto do eleitor não convicto, Ciro lidera com 25%, ainda de acordo com a pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (9).
O mesmo levantamento mostra, porém, que a minoria do eleitorado admite mudar de candidato —77% dizem estar decididos sobre sua escolha e 22% ainda podem trocar sua intenção de voto.
O alto índice de eleitores convictos explica a estabilidade na corrida presidencial, que até agora teve Lula em primeiro lugar e Bolsonaro em segundo. Nesta rodada, o petista marcou 45% contra 34% do atual presidente. Ciro está em terceiro, com 7%.
Ciro lidera como “plano B”, seguido de Lula (18%) e Bolsonaro (17%), que estão empatados na margem de erro.
A lista de segunda opção de voto segue com Tebet, com 11%; Soraya, com 6%; Vera Lúcia (PSTU), com 2%; Pablo Marçal (Pros), com 2%; Sofia Manzano (PCB), com 1%; Felipe d’Avila (Novo), com 1%; e Padre Kelmon (PTB), com 1%. Os demais não pontuaram.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral), porém, rejeitou a candidatura de Marçal na última terça-feira (6).
Outros 8% declararam branco ou nulo como segunda opção de voto, enquanto 6% não souberam responder.
Na pesquisa anterior, de 1º de setembro, Ciro era a segunda opção de voto para 23%, ante 18% de Bolsonaro e 17% de Lula.
O novo levantamento do Datafolha foi feito na quinta (8) e nesta sexta-feira. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa, contratada pela Folha e pela TV Globo, ouviu 2.676 eleitores em 191 municípios e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número BR-07422/2022.
Créditos: Folha de S. Paulo.