Durante sabatina em São Paulo, candidato do PDT à Presidência chamou o atual presidente de “cretino”
Com uma plateia de cerca de 70 jovens estagiários e aprendizes, Ciro Gomes (PDT) foi o primeiro dos presidenciáveis a participar da sabatina do Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), em São Paulo, nesta segunda-feira, 12. Seu discurso foi marcado por fortes críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao PT e ao presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição. “Nunca respondi por processo de corrupção, nem para ser absolvido, e não tenho filho respondendo por nada na Justiça”, provoca.
Para ele, Bolsonaro só foi eleito em 2018 pela aversão da sociedade brasileira ao petista. “Bolsonaro era um deputado cretino, de baixo clero, que roubava dinheiro até da gasolina de seu gabinete, tinha funcionários fantasmas. Não tinha proposta nenhuma. Por que foi eleito nesta proporção? Foi o encontro terrível da mais grave crise econômica da história brasileira, que Lula produziu, junto com o escândalo generalizado que Lula transformou a corrupção no centro do seu modelo de poder”, ataca.
Ele atribuiu o aumento dos casos de violência aos dois candidatos à frente das pesquisas eleitorais, sem citá-los diretamente. Pela falta de propostas, resta a eles “excitar os ódios e as paixões”. “A política não é paixão e ódio e os responsáveis por isso não pagam porque andam cercado de segurança”, diz. “É só insulto e agressão, porque nenhum deles tem coerência para dizer que são a causa do problema”, afirma, complementando que está “lutando para desarmar essa bomba”.
É pelo fato de “a corrupção estar nos dois lados” que Ciro não votaria em nenhum dos dois em um eventual segundo turno. “Não concordo com nada que Lula representa. Não concordo com nada que Bolsonaro representa. Sou obrigado, numa democracia, a votar em um dos dois corruptos? Não voto”, argumenta.
O candidato, ex-ministro da Fazenda, disse ainda existe um “delírio de Bolsonaro” dar um golpe no País. “Ele gostaria de ter deflagrado no 7 de setembro, porque misturou o comício dele com as Forças Armadas”, afirma. Porém, não acredita ser viável, pela falta de apoio político, social, econômico e internacional, como havia em 1964. Porém, defendeu que “se militar for tentar golpe no Brasil, eu presidente da república, serão enfrentados do jeito que for necessário”.