O objetivo é ‘blindar’ o congresso do Partido Comunista que será realizado em outubro
Com a proximidade do congresso promovido pelo Partido Comunista Chines, — que deverá conduzir o líder Xi Jinping para o terceiro mandato consecutivo — a China se prepara para aumentar a vigilância on-line.
Em um comunicado divulgado nesta sexta-feira, 2, o órgão de vigilância do ciberespaço do país prometeu reprimir os “rumores ou informações falsas”. Os infratores serão tratados “estrita, rápida e severamente”, acrescentou a agência, sem especificar punições.
O congresso do partido será realizado em 16 de outubro e é considerado o evento político mais importante do país. O evento deve durar uma semana e pode confirmar o inédito terceiro mandato do presidente do país, Xi Jinping. Caso isso aconteça, ele vai se tornar o dirigente chinês com mais tempo no cargo, além de Mao Tsé-Tung.
O apelo da China para fortalecer seus já rigorosos controles de internet ocorre em um momento delicado para o Partido Comunista. As previsões de crescimento econômico estão sendo reduzidas, o país enfrenta elevação dos casos de covid e sucessivos lockdowns, além da reação crescente dos EUA que estão reagindo à pressão militar de Pequim sobre Taiwan.
Essa repressão cibernética vai conter “rumores” sobre segurança no trabalho, transporte, desastres naturais, bem como informações falsas sobre a sociedade, a economia e os meios de subsistência das pessoas, de acordo com o comunicado.
As plataformas on-line foram instadas a colocar na lista de restrições as contas que publicam esse tipo de conteúdo. As agências governamentais foram instruídas a responder rapidamente.
Na China, a internet é fortemente censurada por informações que se desviam da retórica oficial do partido. Ainda assim, às vezes, os censores não conseguem acompanhar as maneiras criativas dos usuários de contornar os controles, como foi visto durante o bloqueio de dois meses de covid em Xangai, no início deste ano, quando uma onda de raiva inundou as plataformas de mídia social do país.