O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta 5ª feira (1º.set.2022) que o presidente do TSE(Tribunal Superior Eleitoral), ministro Alexandre de Moraes quer “cada vez mais exercer um controle sobre o futuro” do país. Ele afirmou que o ministro está “criando uma inteligência paralela” ao mencionar que Moraes se reuniu com chefes de polícias militares.
“[Moraes] está criando uma inteligência paralela, se reuniu na semana passada com os comandantes de polícias militares à revelia dos respectivos governadores. O que ele quer com isso? É cada vez mais exercer um controle sobre o futuro do nosso país”, disse Bolsonaro em entrevista à CNN Brasil durante viagem em São Paulo.
O ministro assinou portaria publicada nesta 5ª feira (1º.set) em que determinou a criação de um Núcleo de Inteligência do TSE em parceria com o CNCG (Conselho Nacional de Comandantes-Gerais de Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares).
De acordo com a portaria, o objetivo é “coletar dados e processar informações de interesse da segurança pública durante o período eleitoral de 2022”.
Bolsonaro também criticou Moraes por determinar a abertura de inquéritos “sem a participação do Ministério Público”. O presidente repetiu que entregará o governo caso seja derrotado, mas condicionou isso à realização de “eleições limpas”. Bolsonaro questiona a segurança do sistema eleitoral e tem defendido a ampliação da fiscalização das urnas eletrônicas pelas Forças Armadas.
“Deixo claro, entrego o governo para qualquer um desde que tenhamos eleições limpas no Brasil”, declarou.
O chefe do Executivo também disse que a reunião entre Moraes e o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, na 3ª feira (23.ago), tratou de “questões técnicas” sobre as eleições. A Defesa avaliou a reunião como positiva.
No encontro, foi acordado que as áreas técnicas das Forças Armadas e do TSE apresentarão em conjunto “a possibilidade de um projeto piloto complementar, utilizando a biometria de eleitores reais” para o Teste de Integridade das urnas. O TSE não explica como será executado esse projeto-piloto nem se será aplicado na eleição deste ano.
Os militares fizeram vários pedidos de dados e sugestões ao TSE por meio de uma comissão de transparência eleitoral criada pela Corte. As Forças Armadas também fazem parte das entidades fiscalizadoras das eleições. As 7 sugestões da Defesa foram rejeitadas pelo TSE em 9 de maio.