Anvisa listou as companhias e determinou o fim do consumo dos lotes negociados por elas; o número pode ser maior
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) identificou que ao menos seis empresas de produtos químicos venderam ou distribuíram os lotes contaminados da substância ligada à morte de cães pelo país. (Veja a lista abaixo.)
O órgão divulgou uma determinação, nesta quinta-feira (29), que proíbe a distribuição, a comercialização e o uso de de propilenoglicol “que contenha números de lotes com os códigos 5053C22 e 4055C21 (acrescentado ou não por letras iniciais complementares) e dos produtos fabricados a partir deles”.
Segundo a Anvisa, a investigação sobre o caso identificou que uma rede de empresas têm vendido as remessas contaminadas com monoetilenoglicol — que, diferentemente do propilenoglicol, não deve ser usado em alimentos e pode causar mortes.
Apesar do levantamento pelo governo, feito desde o fim de agosto, quando o caso foi revelado pela Record TV Minas, a investigação encontra entraves.
“Foi verificado que empresas da área de produtos químicos compram os produtos, retiram o rótulo original e colocam novas informações de rotulagem com os dados da sua empresa. Esse fato tem dificultado a rastreabilidade dos produtos. Observa-se que a rotulagem de produtos é considerada como uma etapa de fabricação e, desta forma, as empresas que exercem essa atividade devem estar devidamente licenciadas para tal”, apontou a Anvisa.
“Na maior parte dos casos, tem-se mantido no rótulo as informações numéricas dos lotes envolvidos (5035C22 e 4055C21), podendo-se acrescentar no início letras relacionadas a uma das empresas envolvidas (exemplo: AD5035C22 e AD4055C21). Em alguns casos, a empresa inclui também um lote interno criado por ela”, concluiu o órgão.
A Anvisa convoca a população a acionar o órgão, por meio deste link, para denunciar empresas que tenham utilizado os lotes contaminados e que ainda não estejam na lista oficial. Quem comprou as remessas investigadas deve acionar os vendedores para a devolução.
A reportagem tenta contato com as empresas citadas pela Anvisa.
A substância
O propilenoglicol é um solvente geralmente usado para manter a textura dos produtos e evitar o ressecamento. Além de petiscos para cães, pães, biscoitos, massas de bolos e sopas para humanos podem levar o ingrediente.
O consumo dele é permitido, mas uma investigação da Polícia Civil de Minas Gerais apontou que petiscos da marca Bassar Pet Food foram produzidos com propilenoglicol contaminado com monoetilenoglicol, também conhecido como etilenoglicol. Essa substância é um anticongelante tóxico à saúde e que não deve ser consumido, já que pode causar morte.
Veja a lista de empresas que distribuíram ou venderam propilenoglicol possivelmente contaminado com monoetilenoglicol:
1) A&D Química Comércio Eirelli
– Empresa situada em Arujá-SP
– Lotes presentes no rótulo: AD 4055 C21 e AD 5035 C22
2) Tecno Clean Indústria LTDA
– Empresa situada em Barueri-SP
– Lotes presentes no rótulo: AD 4055 C21 e AD 5035 C22
3) Atias Mihael Comércio de Produtos Químicos LTDA
– Empresa situada em São Paulo-SP
– Lotes presentes no rótulo:
a) Lote ATIAS: 98088/220, 98489/200, 98588/220, 99578/220, 99867/220, 99991/220, 100196/220, 100310/220 e 100353/220
b) Lote presente no rótulo AD 5035 C22
4) Limpaxam Comércio Atacadista de Produtos de Higiene e Limpeza LTDA
– Empresa situada em Feira de Santana-BA
– Lote do fornecedor: AD5035C22
5) EJTX Com. De Prod. Alimentícios e Maq. e Equip. Inds. LTDA (nome fantasia PANTEC TECNOLOGIA PARA ALIMENTOS)
– Empresa situada em São Paulo-SP
– Lote: AD5035C22
6) Bella Donna Produtos Naturais LTDA
– Lotes do fabricante: AD 5035 C22 e AD 4055 C21