Foto: Karime Xavier/Folhapress
Em meio ao avanço de casos de varíola do macaco, organizadores de festas LGBTQIA+ decidiram adiar edições que estavam programadas para este mês a fim de evitar a propagação da doença.
Apesar disso, eles lamentam que a iniciativa de evitar aglomerações se restringe à comunidade gay, enquanto festas com público de maioria heterossexual continuam acontecendo normalmente.
A transmissão do vírus que causa a doença ocorre principalmente pelo contato direto com as lesões que a doença causa nos pacientes. No surto atual, a maior parte dos casos tem associação com atividade sexual, mas qualquer pessoa está sujeita a doença.
Uma pesquisa científica identificou novos sintomas relacionados ao surto atual de varíola dos macacos: dor na região do ânus e inchaço no pênis. As conclusões foram apresentadas após a análise clínica de 197 pacientes em Londres entre maio e julho de 2022.
“Novas manifestações clínicas da infecção por varíola dos macacos foram identificadas, incluindo dor retal e edema peniano. Essas apresentações devem ser incluídas nas mensagens de saúde pública para auxiliar no diagnóstico precoce e para reduzir a transmissão”, indicam os pesquisadores.
Segundo o estudo, publicado na revista British Medical Journal, dos 197 participantes da pesquisa, todos eram homens e apenas um não fazia sexo com outros homens. A média de idade dos pacientes investigados era de 38 anos. Todos apresentavam lesões cutâneas, principalmente nos genitais ou na região perianal. Oito pacientes apresentavam mais de cem lesões. Boa parte também relatou sintomas como febre e dor.
Um terço dos participantes (71) relatou dor na região do ânus, 16,8% tiveram dor de gargantae 15,7% edema (inchaço) no pênis. Lesões na boca atingiram 27 pacientes (13,7%), de acordo com a pesquisa. Vinte pacientes foraminternados no hospital para controle dos sintomas.
“Essas descobertas confirmam a transmissão comunitária sem precedentes em andamento do vírus da varíola entre gays, bissexuais e homens que fazem sexo com homens no Reino Unido”, concluíram os pesquisadores, ligados à Fundação Guys and St Thomas, do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido.