Variação mais expressiva foi observada no segmento de renda média, com -0,85%, enquanto a menor para as famílias de renda muito baixa, com -0,34%
Uma pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta sexta-feira (12) mostra que todas as faixas de renda registraram deflação no mês de julho.
A variação mais expressiva foi observada no segmento de renda média, com -0,85%, enquanto a menor para as famílias de renda muito baixa, com -0,34%.
Segundo o Ipea, o impacto para a renda média veio principalmente das reduções de preço da gasolina, de 15,5%, e do etanol, de 11,4%.
O peso dos combustíveis é maior na cesta de consumo desse grupo do que nos demais.
As famílias de renda alta registraram uma inflação de -0,42% em julho. Nesse grupo, o recuo dos combustíveis foi anulado em parte pelo aumento de 8% nas passagens aéreas.
Esse segmento também foi impactado pelas altas do cigarro (4,4%) e dos serviços de recreação (1,3%).
Já para as famílias de renda muito baixa, a deflação foi puxada pelas quedas nos valores do botijão de gás (0,36%) e da energia elétrica (5,8%).
A pesquisa aponta que o alívio não foi maior por conta do peso da alimentação nesse grupo, que registrou crescimento, especialmente no leite (25,5%), panificados (2%), além das aves e ovos (1,4%).
Inflação de julho nas faixas de renda
- Renda muito baixa: -0,34%
- Renda baixa: -0,50%
- Renda média-baixa: -0,82%
- Renda média: -0,85%
- Renda média-alta: -0,82%
- Renda alta: -0,42%
Acumulado de 12 meses
O Ipea destaca que, no comparativo com julho do ano passado, também houve um recuo da inflação para todas as faixas de renda.
As famílias de renda média-alta tiveram a menor inflação no acumulado de 12 meses, com 9,7%, enquanto as de renda alta registraram a maior: 10,5%.
O levantamento mostra que, no grupo de renda mais baixa, a pressão vem dos alimentos e bebidas.
Em um ano, vários grupos tiveram alta, como farinhas e massas (20%), tubérculos (36,5%), hortaliças (27,2%), frutas (35,4%), leite e derivados (41,2%), aves e ovos (18,1%), panificados (18,2%) e óleos e gorduras (23,9%).
Para os brasileiros de renda mais alta, o impacto principal vem dos transportes, com alta, no período de 12 meses, de 7,2% nos combustíveis, 49,8% nos transportes por aplicativos, 77,7¨nas passagens aéreas e 17,5% nos automóveis novos.
Inflação acumulada em 12 meses por faixa de renda
- Renda muito baixa: 10,4%
- Renda baixa: 10,1%
- Renda média-baixa: 10%
- Renda média: 10%
- Renda média-alta: 9,7%
- Renda alta: 10,5%