Um grupo de amigos teve uma surpresa ao encontrar uma desconhecida dormindo nua no quarto em que estavam hospedados, em um hotel na Lapa, na zona central do Rio de Janeiro.
Jessica Milla, 26, e os amigos Carlos, 27, e Eduardo, 25, decidiram viajar ao Rio para aproveitar o feriado municipal em Belo Horizonte, onde moram — no dia 15 de agosto, comemora-se o dia de Nossa Senhora da Boa Viagem, padroeira da capital mineira. Logo no primeiro dia de turismo, os dois rapazes foram a uma festa, enquanto Jessica preferiu ficar dormindo no hotel, sem desconfiar das movimentações que aconteceram no quarto durante a madrugada, já que ela esperava o retorno dos amigos.
“De madrugada, umas 5h30, eu abri a porta para o Carlos, mas o Eduardo não estava junto. Algum tempo depois eu acordei por um milésimo de segundo e escutei o chuveiro, mas pensei: ‘O Eduardo chegou’, e voltei a dormir, nem levantei. Quando eu acordei de manhã, umas 9h, olhei para o lado e vi que as duas camas estavam ocupadas. Queria acordar os dois para tomar café, mas depois de dois minutos meu celular tocou e era o Eduardo ligando”, detalha Jéssica, esclarecendo que a porta ficou aberta por alguns minutos, a pedido do amigo que chegaria mais tarde.
Em um primeiro momento, a mulher acreditou que Eduardo tivesse perdido o celular na festa, com algum outro convidado ligando para tentar devolvê-lo, mas quase imediatamente a história teve uma nova reviravolta: a campainha tocou e, do outro lado da porta, estava o mineiro.
“Foi quando eu levantei, olhei para a cama que era pra ser a dele e vi que era uma menina deitada lá. Nessa hora a minha cabeça já estava pipocando de teorias, mas eu me agarrei à ideia que ela era conhecida deles. Que eles encontraram ela na festa e levaram ela para deitar lá”, afirma.
Eduardo negou que conhecesse a intrusa e, quando os amigos acordaram Carlos, o homem também descartou que tivesse qualquer conexão com a mulher. Depois de muita discussão, o trio passou a procurar pistas da identidade da desconhecida, encontrando sua bolsa, com um cartão de banco e um carregador de celular.
“No banheiro eu achei um molho de chaves e, na hora que fui fechar a porta, vi um vestido atrás. Foi quando percebi que a menina estava pelada na cama. Os meninos acordaram ela com o maior jeitinho do mundo, para ela não se sentir assustada ou acordar desesperada. Perguntamos o nome dela e ela respondeu o que estava no cartão, então vimos que ela não estava totalmente desorientada, mas estava muito perdida”, relata Jéssica.
Tentando entender o que tinha acontecido, os amigos pediram o telefone de algum conhecido da mulher, mas não tiveram sucesso. A intrusa insistia que estava hospedada no quarto e não entendia o motivo por trás do “interrogatório”. Foi então que o trio de turistas decidiu pedir ajuda na recepção do hotel, que conseguiu cuidar da mulher até que ela voltasse para casa.
“Como ela dizia que estava hospedada ali, nós pensamos que provavelmente ela já estava ali, mas errou o quarto. O pessoal da recepção chegou e retirou ela do quarto. Eu fiquei com ela, pra ela conseguir se vestir e tudo mais, porque ela estava perguntando: ‘Eu fiz algo de errado?’. Ela quase pegou as coisas dos meninos como se fossem as dela”, explica a hóspede mineira.
‘Intrusa’ se perdeu após noite com tia e prima
A saga virou uma série de vídeos no TikTok. O primeiro deles, gravado enquanto a mulher desconhecida ainda dormia, teve mais de 7,5 milhões de visualizações em pouco mais de um dia. Com a repercussão, os turistas finalmente conseguiram encontrar a “invasora” misteriosa: Rafaela Gama, 22, moradora de Niterói, também no Rio de Janeiro.
“Quando a gente resolveu postar o vídeo foi porque a gente achou engraçado. Quando vimos a repercussão nós fomos perguntar na recepção, quem ela era e tudo mais. E eles disseram: ‘Olha, a gente não entendeu o que aconteceu, mas ela é de Niterói, pediu um táxi e foi para casa. No fim, a mãe dela foi ‘atingida’ pelo vídeo, reconheceu o cabelo e o cartão e mostrou para ela”.
Em mais um desdobramento da história, Jéssica e Eduardo ainda conseguiram encontrar Rafaela, que explicou pessoalmente o que aconteceu nas horas anteriores à confusão.
Ela contou que tinha ingerido bebida alcoólica em uma reunião com uma tia e uma prima. As três costumavam se hospedar no mesmo quarto em que aconteceu a confusão e que, por coincidência, estava com a porta aberta, facilitando a “invasão”.
“Eu estava com a minha tia e com a minha prima em um carro de aplicativo. Não lembro se eu desci primeiro ou depois, mas como a gente sempre vai pra esse hotel e sempre fica no mesmo quarto eu achei que era nesse quarto em que elas estavam. Quando eu entrei, a Jéssica estava com um lençol no rosto, o menino (Carlos) também. Eu entrei, tomei meu banho, linda e bêbada, ainda. Deitei e fui dormir, achando que eram elas”, explicou a jovem, que disse não ter tomado ciência do que tinha acontecido até o dia seguinte.
Apesar do final feliz, Jéssica destacou o perigo iminente na situação e as falhas de segurança do hotel e dos próprios hóspedes, que tinham apenas uma chave para abrir a porta.
“A gente tratou de forma cômica, porque no final das contas deu tudo certo, a gente ficou amigo, estamos saindo, comendo e bebendo com ela. Mas é uma situação em que poderia ter acontecido algum problema, pela falha de segurança no hotel, pela possibilidade de ela entrar em um quarto com alguém com uma má intenção. É só porque no nosso caso deu tudo certo que conseguimos tratar de forma leve”, concluiu a mineira.