Orientação vale até o desaparecimento das lesões na pele ou por pelo menos três semanas após início dos sintomas
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda que pessoas com sintomas de varíola dos macacos (ou monkeypox) não doem óvulos, espermatozoides e embriões para reprodução humana assistida. O procedimento deve ser adiado até o desaparecimento das lesões na pele, como pústulas e vesículas, ou por ao menos 21 dias após o início.
O mesmo prazo vale para aqueles que tiveram contato com casos confirmados ou suspeitos da doença e que estejam assintomáticos. As orientações, que constam em nota técnica, valem para bancos de gametas e embriões tanto nacionais quanto estrangeiros que planejam fornecer ao Brasil.
Pacientes com qualquer sintoma de varíola dos macacos que forem passar por procedimentos de reprodução humana assistida, como inseminação artificial e fertilização in vitro, devem ser avaliados por um médico para analisar possíveis riscos e benefícios. Um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) deve ser assinado.
A transmissão viral ocorre, sobretudo, pelo contato físico direto, pele a pele, com lesões cutâneas ou fluidos corporais. Entre os sintomas, figuram as erupções cutâneas, febre, inchaço dos gânglios (adenomegalia), dor no corpo, exaustão e calafrios.
Ainda não há evidência de transmissão do vírus monkeypox por meio de sangue, de tecidos, de gametas (óvulos e espermatozoides) ou até mesmo embriões. Segundo a Anvisa, as recomendações vêm para prevenir a transmissão, já que há potencial por essa via.
“Destaca-se que nenhum caso de transmissão do vírus da Varíola dos Macacos por meio de sangue, tecidos, células germinativas e embriões foi documentado até o momento. No entanto, existem casos relatados de transmissão do vírus de mãe para filho durante a gravidez e a presença de vírus no sangue, tecidos e órgãos de animais infectados”, diz a nota técnica.
Gestantes integram um dos grupos de risco para a monkeypox, apontam especialistas, com casos de transmissão durante a gravidez. A doença pode levar, por exemplo, ao aborto espontâneo (até a 22ª semana de gestação) ou à morte fetal (da 22ª semana até antes do parto).
“Apesar da informação limitada, existe potencial de que o vírus Monkeypox seja transmissível através de substâncias de origem humana. (…) É importante notar que a infecção por vírus do gênero Orthopoxvirus está associada a risco aumentado de complicações maternas e perinatais, incluindo morte fetal, parto e aborto espontâneos”, continua.