Tratado pela campanha petista como cabo eleitoral e potencial estrategista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas redes sociais, o deputado federal André Janones (Avante-MG) estreou na política como crítico ferrenho do PT.
Desde que assumiu seu primeiro mandato na Câmara, em 2019, ele já usou a tribuna da Casa e as plataformas digitais, onde tem milhões de seguidores, para atacar parlamentares de diferentes partidos.
“Quero dizer o seguinte: eu garanto que esses deputados que hoje brigam por Lula serão esquecidos pela História”, disse Janones, em um discurso em 2019.
Em outra ocasião, ao defender a Operação Lava-Jato, uma das bandeiras que mais empunhava em seus primeiros anos de mandato, ele mirou em dois conterrâneos de uma só vez: os ex-governadores Aécio Neves (PSDB) e Fernando Pimentel (PT). Tanto Aécio como Pimentel receberam decisões favoráveis da Justiça e se dizem inocentes.
“Eu quero que a Lava-Jato me conte por que o senhor Aécio Neves está solto e por que o bandido, o quadrilheiro do Fernando Pimentel está solto. Eu estou rodando o estado de Minas Gerais, e aquele bandido, que roubou o estado inteiro, está solto também”, contou.
Janones chegou a se lançar na disputa pela Presidência da República, mas, diante das chances ínfimas de vitória, abriu mão da candidatura para apoiar Lula. O deputado foi catapultado à vida pública em meados de 2018, ao publicar vídeos de incentivo à greve dos caminhoneiros que marcou a reta final do governo Michel Temer. Naquele ano, Janones se elegeu deputado federal como um dos representantes da autodeclarada “nova política”.
Desde então, em diversas ocasiões, ele usou os microfones do Congresso para desferir duras críticas a colegas. Costumava usar termos como “bandidos”, “vagabundos” e “corruptos” para classificá-los, como ocorreu ao criticar os parlamentares favoráveis a um projeto que previa punição a agentes públicos acusados de praticar abuso de autoridade.
“Isso aqui é matéria para defender bandido (…) Aqui não tem oposição, está tudo abraçando agora: PT com PSL votando a favor da lei de abuso de autoridade para garantir a mamata”, disse em vídeo nas redes sociais.