Uma mulher de 40 anos se fingiu de morta na cidade de Sumaré, no interior do estado de São Paulo, para sobreviver às agressões cometidas pelo próprio marido, de acordo com a Polícia Civil. O homem chegou a bater a cabeça da vítima repetidamente contra o chão e só parou quando ela deixou de tentar se defender dele.
As agressões ocorreram no sábado (20) na casa da vítima e o desentendimento entre o casal ocorreu porque ele teria ameaçado estuprar a filha dela, de apenas 16 anos. No mesmo dia, a vítima teria visto o marido se masturbar com o sutiã da adolescente.
Entretanto, a mulher só compareceu na DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Sumaré, na segunda-feira (22). De acordo com a delegada responsável pelo caso, Nathália Alves Cabral, ela se encontrava “muito machucada, com pontos na cabeça, olho roxo e extravasamento de sangue na esclera (parte branca do globo ocular)”.
Em depoimento para a polícia na delegacia, a vítima contou que, também na segunda-feira (22), o homem chegou a ir duas vezes na frente da sua casa para ameaçá-la de morte. A primeira, pela manhã e a segunda, durante a tarde. Ele teria feito isso inicialmente com uma faca e retornado depois, acompanhado de outro homem.
O marido é um ajudante de motorista de 50 anos que foi detido por policiais civis, no trabalho dele, na terça-feira (23), sob mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça. Ainda segundo a delegada Nathália, ele teria relatado para um conhecido que tinha intenção de fugir e pretendia ir para a casa da ex-mulher, que reside em Brasília.
A vítima conviveu com o marido por dez anos e havia histórico de outras agressões, com um registro policial em 2017.
Nesta sexta-feira (26), a adolescente deverá prestar depoimento para que se investigue se ela chegou a sofrer abusos sexuais pelo homem.
Em caso de violência, denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.