A ministra Maria Claudia Bucchianeri, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), negou um pedido do ex-presidente Lula para obrigar o presidente Jair Bolsonaro a excluir postagens no Twitter em que Lula e o PT são associados ao PCC.
Na postagem, Bolsonaro usa um vídeo de uma reportagem da TV Record com áudio de uma interceptação telefônica da Polícia Federal na “Operação Cravada”. No grampo, um líder da facção diz que “com o PT nois (sic) tinha diálogo.
O PT tinha com nois (sic) diálogo cabuloso”. A ministra pontua que não analisou o conteúdo do áudio apresentado na reportagem e explica que a interceptação telefônica de fato existiu e é autêntica.
“Sem exercer qualquer juízo de valor sobre o conteúdo da conversa interceptada, se verdadeira ou não, o fato é o de que a interceptação telefônica trazida na matéria jornalística compartilhada e comentada pelo representado é real, ocorreu no contexto de determinada operação coordenada pela Polícia Federal, de sorte que a gravação respectiva é autêntica, o que não implica, volto a dizer, qualquer análise de mérito sobre a procedência, ou não, daquilo o quanto dito pelas pessoas cujas conversas estavam sendo monitoradas”, explica a ministra.
Para o PT, a postagem do presidente faz parte de uma estratégia da campanha bolsonarista para criar uma narrativa falsa de associação do partido e de Lula à facção criminosa.
Segundo Maria Claudia, a interceptação traz fatos que não foram “gravemente descontextualizados, manipulados ou editados”, não configurando propaganda antecipada negativa e desinformativa.
A ministra também negou o pedido do PT para que Bolsonaro fosse multado e proibido de fazer postagens com teor semelhante.
Maria Claudia Bucchianeri seguiu o entendimento do Ministério Público Eleitoral, que também defendeu a rejeição do pedido do PT.
CNN Brasil