Durante o lançamento de um livro do fotógrafo Ricardo Stuckert, na capital paulista, Lula deu uma declaração polêmica sobre a política externa e os militares. “O Itamaraty será aquilo que o governo decidir o que ele seja”, afirmou, na segunda-feira 22. “Como as Forças Armadas serão, como todas as instituições do Estado serão aquilo que o governo quiser que seja.”
O petista disse ainda que há “muitas pessoas conservadoras” no Itamaraty e que não é a instituição que define as políticas que serão colocadas na prática. “Quem define é o Estado e é através de políticas do governo que o Itamaraty pode agir mais ou agir menos”, observou o ex-presidente.
“Se você tem um governo que não define que política que você quer, que não te dá orientação, é muito mais fácil ficar na embaixada servindo drinque ou ir à embaixada dos outros tomar drinque”, complementou Lula, ao mencionar que, sob Bolsonaro, o Brasil vive um “empobrecimento das relações exteriores”.
Segundo Lula, algo que o “orgulha” é que, durante sua gestão, a política externa do Brasil foi “ativa e altiva”. “Nunca falamos grosso com Bolívia, Uruguai, São Tomé e Príncipe ou Timor Leste”, disse. “Nunca permitiu que a gente falasse grosso, mas também nunca permitiu que a gente falasse fino com os EUA.”