Novas imagens das câmeras de segurança do local onde ocorreu o assassinato do petista Marcelo Arruda mostram que o policial penal Jorge José da Rocha Guaranho foi atingido por mais de 20 chutes na cabeça após ser baleado em confronto com a vítima, que comemorava o aniversário de 50 anos com uma festa temática do PT, em Foz do Iguaçu (PR), na noite de 9 de julho.
Caído no chão após atirar primeiro contra Arruda e depois ser atingido, Guaranho foi alvo de uma sessão de espancamento de quase seis minutos, como mostra o vídeo acima (as imagens são fortes). Foram ao menos 38 agressões, que também incluem chutes no tórax, nas pernas e dois saltos sobre o peito. Enquanto isso, Arruda recebia assistência de pessoas que estavam no salão.
As agressões fazem parte de uma investigação paralela conduzida pela Polícia Civil do Paraná, que apura o impacto das lesões sofridas por Guaranho em decorrência dos chutes e pisões praticados por três convidados da festa. O policial penal também foi ferido por seis tiros disparados por Arruda, que o atingiram no rosto, pescoço e pernas.
Como a investigação da Polícia Civil do Paraná ainda está em andamento e não houve indiciamento, a identidade dos agressores não foi informada, e também está inacessível ao Ministério Público e aos advogados de Guaranho.
Preso preventivamente e denunciado pelo Ministério Público por homicídio duplamente qualificado, Guaranho teve alta da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Ministro Costa Cavalcanti há duas semanas, mas continua internado na enfermaria da unidade de saúde. O processo de recuperação ainda é considerado delicado, segundo os representantes legais dele.
O advogado Luciano Santoro relaciona as agressões à gravidade da lesão, e diz que Guaranho perdeu a memória do dia do tiroteio. “Chutaram muito a cabeça dele. É um milagre ele ter sobrevivido”.