A cientista política Darya Dugina morreu, neste sábado (20/8), após o carro em que estava ser explodido por uma bomba anexada ao veículo em um bairro de Moscou — é o que afirma a imprensa russa. Daria é filha de Alexander Dugin, que é considerado como o mentor e o “cérebro” do presidente russo Vladimir Putin, inclusive na construção da ofensiva contra a Ucrânia.
De acordo com o chefe da República Popular de Donetsk, Denis Pushilin, o acidente foi um ataque de “terroristas do regime ucraniano” que tentavam eliminar Alexander. “Tentando eliminar Alexander Dugin, explodiram sua filha… no carro. Bendita seja a memória de Daria, ela é uma verdadeira garota russa”, escreveu Pushilin no canal dele no aplicativo de mensagens Telegram. A informação é do Correio Braziliense.
O jornal russo Kommersant apurou que Alexander e a filha participaram, antes do acidente, de um festival patriota chamado Tradição, apoiado pelo governo de Moscou. Ao fim do evento, os dois planejavam deixar o local juntos, mas Alexander mudou de ideia.
Testemunhas oculares afirmam que o SUV que Darya estava explodiu em movimento por volta das 21h30 do sábado — horário russo. O veículo perdeu o controle e parou ao lado da estrada, em seguida passou a ser incendiado. Quando os bombeiros chegaram, não havia uma parte do carro que não estivesse em chamas.
Após a extinção do fogo, “um cadáver gravemente carbonizado” foi encontrado no veículo. O jornal disse que Alexander se dirigiu ao local e “ficou chocado” com o acidente. Vídeos da explosão tomaram as redes sociais e mostram grandes chamas ao lado da rodovia do distrito de Odintsovo, em Moscou. Ainda não há informações sobre os responsáveis pela explosão.
Alexander Dugin é apontado como uma espécie de mentor e guia de Putin, principalmente em questões de propaganda e marca de governo. Ele é ex-editor-chefe da rede de TV Tsargrad, que é pró-Putin, e não tem papel formal no governo. No entanto, o escritor de extrema-direita é apontado pela imprensa russa como um influenciador do presidente russo.
Nascido em 1962 em uma família soviética, Dugin é filho de um oficial da inteligência militar. Ele se tornou um dos principais escritores da extrema-direita russa e, em um manifesto de 1991, classificou a Rússia como uma “Roma eterna” que tem que enfrentar um Ocidente individualista.
Em 1997, Alexander publicou um livro em que pontua o futuro geopolítico da Rússia e elenca uso de desinformação como uma forma de “provocar instabilidade e separatismo” dentro dos EUA. Ele também é o criador do Partido da Eurásia, de extrema-direita.