Em outubro deste ano, brasileiros vão às urnas eleger os novos 27 senadores que representarão, cada, uma unidade da federação pelos próximos oito anos, em mandatos que se iniciam em 2023 e acabam em 2031. O total de cadeiras vagas equivale a um terço do Senado Federal. Trata-se de uma alternativa para renovar e oxigenar os mandatos parlamentares.
Aos gabinetes de senadores em fim de mandato aponta que, a partir de 2023, o Senado terá pelo menos 14 novos representantes. Isto porque, dos parlamentares cujo ciclo se encerra este ano, 13 tentarão recuperar a cadeira nas urnas e já tiveram a candidatura à reeleição registrada junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O prazo para registro das candidaturas no TSE terminou na última segunda-feira (15). Até a data limite, foram contabilizados 230 candidatos ao Senado nestas eleições.
Nesta mesma fase, os candidatos também são obrigados a declarar os bens em seus respectivos nomes à Corte Eleitoral. Os valores dos patrimônios dos senadores que buscam reeleição variam entre R$ 684.228,11 e R$ 12.835.874,87. Todas as declarações ainda precisam passar por julgamento.
O patrimônio mais alto informado pertence ao senador Acir Gurgacz (PDT-RO). O parlamentar, que tenta um novo mandato no Senado, declarou possuir R$ 12.835.874,87 em bens. O montante inclui bens como terrenos, embarcações, veículos terrestres, apartamento, além de dinheiro em espécie, moeda estrangeira e investimentos.
Em 2014, quando elegeu-se para o presente mandato, o pedetista havia informado um montante menor que o presente, de R$ 10.913.706,83. Houve, portanto, neste período uma valorização de quase R$ 2 milhões no patrimônio do senador.
Aumento de patrimônio
Quem também viu a lista de bens crescer no exercício do mandato foi o ex-presidente do Senado Federal Davi Alcolumbre (União-AP). Atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o amapaense teve aumento em R$ 370,6 mil do seu patrimônio — em 2014, era de R$ 585 mil e foi para R$ 955.604,98, este ano.
A cadeira de senador também fez bem a Roberto Rocha (PTB-MA), que declarou este ano um patrimônio 15 vezes maior do que o informado à Justiça eleitoral em 2014. Na ocasião, o então filiado ao PSB disse possuir R$ 152.252,30 em ações e quotas. Oito anos depois, Rocha registrou bens que somados equivalem a R$ 2.417.029,26.
Outra valorização significativa diz respeito ao suplente de Antonio Anastasia (PSD-MG), que licenciou-se do mandato para assumir vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). O senador Alexandre Silveira (PSD-MG) tinha, de acordo com dados do TSE, R$ 4.107.897,69 declarados em 2014. Este montante dobrou nos últimos anos e, desta vez, o suplente em busca da reeleição informou ser proprietário de bens na ordem R$ 8.595.061,07.
Senadores “mais pobres”
O menor valor declarado ao TSE foi de R$ 684.228,11, referentes aos bens do senador Romário (PL-RJ). O ex-jogador de futebol havia informado posses que somadas chegam a R$ 1.311.189,82 em 2014, indicando uma desvalorização de R$ 626.961,71 no período.
Levantamento do jornal O Globo aponta, porém, que o candidato à reeleição pelo Rio de Janeiro teria supostamente omitido bens de sua declaração que estão orçados em R$ 6,7 milhões. A lista inclui uma mansão, uma lancha e de dois outros veículos de luxo atribuídos ao senador.
Além de Romário, também informaram patrimônio inferior ao declarado em primeiro mandato os seguintes senadores: Álvaro Dias (Podemos-PR), Otto Alencar (PSD-BA), Omar Aziz (PSD-AM) e Dario Berger (PSB-SC).
Dos senadores candidatos à reeleição, apenas Rose de Freitas (MDB-ES) não havia declarados seus respectivos bens ao TSE até a última atualização desta reportagem.
FONTE: METROPOLES