Para contornar a crise na Argentina e reduzir a pobreza nas próximas décadas, o deputado José Luis Espert, do partido Avança Liberdade, questionou a política social atual e defendeu “algum tipo de controle” sobre a natalidade, para evitar que o país vire uma “grande favela”. Ele pede a limitação de planos de assistência social e a promoção de medidas educacionais e trabalhistas para as famílias mais pobres.
Segundo o deputado, a taxa de crescimento da população de famílias pobres é de quatro a cinco vezes maior do que a da população de classes média e média alta.
“Isso significa que, se a Argentina não limitar a natalidade das famílias pobres, será uma favela gigantesca em mais meio século depois de 60 anos de decadência”, advertiu o deputado, durante entrevista ao portal Infobae.
Ele também propõe auditar os planos sociais concedidos pelo governo e limitar aqueles com “dois filhos e não mais” ao Benefício Universal por Filho (AUH), — na sigla em espanhol —, um subsídio mensal criado em 2009 no governo de Cristina Kirchner, atual vice-presidente do país, e que pode ser escolhido pelo pai ou mãe de menores de 18 anos e que esteja desempregado, seja trabalhador informal, de serviços domésticos ou autônomos de baixa renda.
“Se cada pessoa beneficiária dos planos for subsidiada por cada filho que tiver, a pessoa não terá nenhum controle sobre a taxa de natalidade. Você tem que ter uma paternidade responsável”, acrescentou. “Alguns pobres querem ter filhos para receber o benefício, mas outra parte tem filhos porque não sabe se cuidar, não tem controle de natalidade”, afirmou Espert.