Giovani Damico, candidato a governador da Bahia pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), prometeu descontar dos salários dos policiais o valor das balas disparadas durante operações. A declaração polêmica foi concedida durante sabatina promovida pelo G1, na sexta-feira 26.
Interpelado sobre a medida, Damico explicou que ela protege os policiais. “Não estamos afirmando que todos os agentes têm um compromisso com a violência”, disse o candidato. “O que quero dizer é que a Polícia Militar está inserida numa política que promove a insegurança da população e da polícia.”
“É melhor o policial morrer então?”, perguntou um dos entrevistadores. “Não”, respondeu Damico. “O policial não tem de se engajar em conflitos.” Outra dúvida surgiu: “E se a população precisar do policial em um conflito, roubo e assalto? A pessoa vai dialogar com o bandido?”. O candidato hesitou.
Segundo Damico, o desconto salarial por disparos não se aplicará a “qualquer situação”. “Vamos ter organismos que acompanharão as operações policiais, para que tenhamos acesso a diferentes versões de cada fato”, prometeu o comunista. “Se a gente tem, por exemplo, uma situação em que um jovem rendido foi baleado e morreu numa ação policial, essa ação vai ter de passar por um crivo da sociedade civil, por um crivo da mídia, que vai avaliar esse caso.”