O que se passa pela cabeça de um dos maiores criminosos do Brasil, condenado a mais de 300 anos de prisão? Em vídeos, Marcos Herbas Camacho, o Marcola, responde: o desejo de escapar da cadeia.
Esta semana, a Polícia Federal frustrou o plano do criminoso, que montou uma extensa rede de apoio, envolvendo detentos do bando e advogados. Tudo elaborado a partir de conversas em código, na Penitenciária de Brasília.
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Para a esposa, Marcola admite. “Enquanto eu tiver vida, tiver respirando, você pode ter certeza que eu vou estar lutando para sair daqui”.
A chave para a Polícia Federal entender como ele pretendia fazer isso está justamente em conversas no parlatório. O aumento de visitas de advogados a detentos, que não são da liderança da organização, chamou a atenção dos investigadores, e também o tipo de conversa, com muitas citações a processos em instâncias superiores.
E um descuido da advogada Kassia Assis permitiu à PF descobrir isso. Em fevereiro de 2021, ela se encontrou com Esdras Júnior, preso no Mato Grosso do Sul. O detento tinha sido transferido meses antes da Penitenciária de Brasília, onde costumava tomar banho de sol com Marcola. Nesses momentos, segundo a PF, Esdras recebeu as ordens para os planos de fuga, e depois as repassou para a advogada.
As investigações da polícia mostraram que o “Plano STF” se refere a uma tomada violenta da Penitenciária Federal de Brasília, onde Marcola estava preso na época. A ideia era repetir uma estratégia já posta em prática com sucesso pelo bando: a dos mega-assaltos a bancos e empresas de valores em cidades do interior do Brasil. Os criminosos fecharam as rodovias que davam acesso às cidades e isolaram as unidades policiais mais próximas. A ideia de Marcola seria aplicar esse método na fuga da cadeia.
As suspeitas de uma fuga provocaram a transferência do criminoso de Brasília para Porto Velho, em março deste ano.
A defesa de Kassia disse, em nota, “que sua inocência será provada”.