Após um ano de funcionamento, o piso de vidro de um dos dois mirantes do Sampa Sky, localizado no Centro de São Paulo num dos prédios mais altos da cidade, trincou na última quarta-feira (24) por “motivo adverso”, segundo a empresa. Esse deck foi interditado por segurança para a troca da peça, que deverá ocorrer durante essa próxima semana. O outro deck funciona normalmente.
Mas mesmo assim o problema num dos decks foi assunto bastante comentado nas redes sociais, gerando preocupação entre alguns frequentadores. A informação é do G1.
Ouvida pelo g1, a hoteleira Ketany falou que aguardava sua vez para tirar foto no deck quando o vidro trincou no momento que um homem estava dentro da caixa. O local foi interditado depois.
“O vidro trincou quando ele estava sentado. E fez um barulho muito alto que quem estava ali percebeu que tinha trincado pelo barulho que fez. E aí ele levantou meio assustado. Aí a gente chegou mais perto para ver se tinha trincado, e tinha trincado”, falou Ketany, que é formada em publicidade e propaganda.
Ela ainda contou que foi tirar foto no outro deck, mas que, por causa do susto, muitas pessoas ficaram com medo e desistiram de visitar o outro mirante, que continuou funcionando normalmente.
“Todo mundo que estava ali ficou um pouco assustado pelo barulho. Fez um barulho muito alto. Daí o pessoal que trabalha lá no Sampa Sky conversou com o rapaz que estava sentado ali na hora… acho que provavelmente para apurar os fatos, ver o que aconteceu. Mas realmente não tinha nada a ver com o rapaz. Ele só estava sentado tirando a foto dele na hora que quebrou”, disse Ketany.
Procurada neste domingo (28) para comentar o assunto, a Sampa Sky, informou por meio de nota divulgada por sua assessoria, que “isso aconteceu na quarta-feira, imediatamente interditamos esse deck e essa camada superficial de vidro será trocada essa semana” (leia abaixo a íntegra do comunicado).
“O dia em que fui no mirante mais famoso de São Paulo e uma das camadas de Mirante de vidro quebrou. Esse vídeo aí eu gravei alguns minutos antes e com ele vocês vão conseguir notar a diferença”, diz Ketany durante a gravação postada nas suas redes sociais.
“Agora eles estão removendo a parte que fica pra fora…”, continua a frequentadora enquanto filmava funcionários cobrindo o deck com um saco preto, isolando o local de visitação.
“Ainda bem que já fui, mas tome cuidado. Segurança em primeiro lugar”, escreveu uma frequentadora na página do Sampa Sky no Instagram ao ao lado das fotos com o esclarecimento da empresa sobre o problema no vidro que trincou.
“Trincou? Meu Deus eu estou doida pra ir só que agora fique c medo”, publicou outra mulher na rede social da Sampa Sky.
“As pessoas deveriam agradecer a transparência da empresa e não criticar!!!”, rebateu um internauta na página da Sampa Sky.
Atração começou em 2021
Inaugurado em 8 de agosto de 2021, o Sampa Sky cobra atualmente de R$ 40 a R$ 100 o ingresso para quem quiser visitar os decks de vidro transparente que parecem estar suspensos no ar, mas estão presos a cerca de 150 metros de altura em relação ao solo.
Os decks estão são duas estruturas retráteis que avançam 1,5 m para fora do prédio e proporcionam a sensação de não ter nada sob os pés. Eles estão instalados no 42º andar do Mirante do Vale, que é considerado um dos maiores edifícios da capital. Inaugurado em 1966, ele tem 170 metros e 51 andares.
Do alto é possível ver a região do Vale do Anhangabaú, os veículos passando pelas vias, o Centro Histórico da cidade, as pessoas caminhando nas calçadas, além do horizonte repleto de prédios em volta.
O local se tornou um dos pontos turísticos da cidade. Aberto entre terça-feira a domingo, ele já recebeu mais de 150 mil pessoas desde então.
O deck de vidro e aço interditado está direcionado para a Zona Sul, com vista para Vale do Anhangabaú, Viaduto Santa Ifigênia, Farol Santander, Mosteiro de São Bento, entre outros pontos na cidade.
A outra plataforma transparente do mirante fica virada para a Zona Leste de São Paulo. Além da vista, o Sampa Sky contará com um espaço para café.
A empresa não havia respondido ao g1 qual dos dois decks ficou comprometido.
O que diz a Sampa Sky
A Sampa Sky divulgou uma primeira nota à imprensa publicada no seu Instagram para comentar o assunto (segue abaixo a íntegra do comunicado):
“Desde o início de nossas operações sempre reforçamos a segurança dos mirantes do Sampa Sky – são 4 camadas de vidro de 10mm e 3 camadas de PVB estrutural. Temos uma equipe de especialistas que periodicamente faz toda a manutenção – justamente para que os visitantes tenham a certeza de que estão seguros para “andar nas alturas” sobre as ruas de São Paulo.
Essa semana, 1 camada de vidro de um de nossos decks trincou por motivo adverso. Esclarecemos que esse fato não representa nenhum perigo – já que temos todo o reforço presente na estrutura. Essa camada superficial já será trocada nos próximos dias.
Tenham a certeza de que nossa prioridade sempre será a segurança, para que todos curtam o espaço, a experiência e a vista da cidade.
Indicamos que o espaço está operando normalmente e recebendo o público para visitação”
Depois, a empresa esclareceu outros questionamentos do g1 por e-mail a respeito do vidro trincado num dos decks:
“Já nesta semana essa primeira camada será trocada e este deck voltará a funcionar.
Reforçamos que o espaço não foi fechado em dia algum – o outro deck continuou a funcionar normalmente e o espaço é totalmente seguro. O motivo que fez esta primeira camada quebrar não tem nada a ver com peso. Se vocês pesquisarem verão que o SkyDeck de Chicago, que inclusive inspirou a abertura do Sampa Sky, já teve sua primeira cada de vidro também quebrada 2 vezes, sem oferecer risco aos visitantes.
Isso aconteceu na quarta-feira, imediatamente interditamos esse deck e essa camada superficial de vidro será trocada essa semana.
Reforçamos que os decks têm 4 camadas de vidro de 10mm e 3 camadas de PVB estrutural – justamente para garantir a total segurança dos visitantes. A quebra dessa primeira camada não representou risco aos visitantes.
Nesse primeiro ano arrecadamos 35 toneladas de alimentos que foram doados para a SEFRAS, utilizados para fazer as marmitas distribuídas aos sem-teto da região central do município”.