O Ministério da Saúde confirmou nesta sexta-feira, 29, a primeira morte por varíola dos macacos registrada no Brasil. Trata-se de um paciente do sexo masculino, de 41 anos, com “imunidade baixa” e “comorbidades, incluindo câncer (linfoma)”, que levaram ao agravamento do quadro, de acordo com a pasta.
“Ficou hospitalizado em hospital público em Belo Horizonte, sendo depois direcionado ao CTI (Centro de Terapia Intensiva). A causa de óbito foi choque séptico (infecção generalizada), agravado pela monkeypox”, informou, em nota.
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais informou que o paciente residente de Belo Horizonte morreu na quinta-feira, 28. Os outros casos confirmados da unidade federativa – homens entre 22 e 48 anos – estão “em boas condições clínicas”, assegurou.
Na quinta-feira, segundo balanço do ministério, o País acumulava 1.066 casos confirmados da doença. Os Estados com maior número de notificações são São Paulo (823), Rio de Janeiro (1240 e Minas Gerais (44).
Para especialistas, o avanço da doença reforça a importância de serem redobrados os cuidados com imunossuprimidos, crianças, grávidas e idosos, grupos mais vulneráveis ao agravamento dos quadros. Medidas de higiene como lavar as mãos e evitar o compartilhamento de objetos ajudam a prevenir o contágio.
Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), casos graves, anteriormente, ocorreram mais entre crianças, jovens adultos e crianças e adultos jovens, e indivíduos imunocomprometidos, e estiveram relacionados à extensão da exposição ao vírus, estado de saúde do paciente e natureza das complicações”. A monkeypox é geralmente uma “doença autolimitada”, com sintomas que duram de 2 a 4 semanas
A taxa de letalidade, de acordo com o órgão de saúde internacional, variou historicamente de 0% a 11%. “Nos últimos tempos, a taxa de mortalidade de casos foi de cerca de 3 a 6%”, pontua. Na terça-feira, 27, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, informou que mais de 18 mil casos e cinco mortes haviam sido notificados à organização.
Surgimento dos casos
O primeiro caso europeu foi confirmado em 7 de maio em um indivíduo que retornou à Inglaterra da Nigéria, onde a varíola dos macacos é endêmica. Desde então, países da Europa, assim como Estados Unidos, Canadá e Austrália, confirmaram casos.
Transmissão
Identificada pela primeira vez em macacos, a doença viral geralmente se espalha por contato próximo e ocorre principalmente na África Ocidental e Central. Raramente se espalhou para outros lugares, então essa nova onda de casos fora do continente causa preocupação. Existem duas cepas principais: a cepa do Congo, que é mais grave, com até 10% de mortalidade, e a cepa da África Ocidental, que tem uma taxa de mortalidade de cerca de 1%.
O vírus pode ser transmitido por meio do contato com lesões na pele e gotículas de uma pessoa contaminada, bem como através de objetos compartilhados, como roupas de cama e toalhas. O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias.