O presidente da Itália, Sergio Matarella, aceitou, nesta quinta-feira (21/7), a renúncia do primeiro-ministro, Mario Draghi, dissolveu o Parlamento e convocou novas eleições. A decisão significa um ponto final ao período de estabilidade no poder italiano, depois que o país mergulhou em uma crise política ocasionada por um colapso da coalizão governista.
Matarella enxergou com relutância o primeiro pedido do premiê de deixar o cargo, na quinta-feira passada (14/7), quando partidos que sustentavam a base do governo decidiram retirar apoio a Draghi em um voto de confiança. Não há data oficial para o novo pleito, contudo, estima-se que as eleições serão em 25 de setembro, de acordo com a imprensa local.
O chefe de Estado decidiu dissolver o Parlamento porque entendeu que a falta de apoio a Draghi é um sinal claro de que não existe “nenhuma possibilidade” de formar outro governo.
O mandato do Parlamento na Itália tem duração de cinco anos, e deveria durar até março de 2023.
Premiê entregou o cargo
O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, reapresentou um pedido de renúncia ao presidente nesta quinta-feira (21/7), após tentativas frustradas de recuperar a coalização governista em colapso. Esta é a segunda vez que ele envia uma solicitação ao chefe de Estado para deixar o cargo.
O país mergulha em uma crise política instaurada por uma quebra na base de apoio governista, que atingiu seu ápice na quinta-feira passada (14).
O clima de tensão se instaurou após o partido Movimento 5 Estrelas (M5E, sigla em português) decidir boicotar uma votação crucial no Senado, que tinha a validade de voto de confiança do governo. Apesar de conseguir os números necessários para um resultado favorável, o premiê saiu da sessão enfraquecido politicamente.
O desfecho é esperado após o agravamento da situação, quando o Forza Italia, o partido de direita de Silvio Berlusconi, a Liga, o partido de extrema-direita de Matteo Salvini, uniram-se ao M5E e decidiram não participar do voto de confiança solicitado pelo primeiro-ministro no Senado nessa quarta-feira (20).
Coalizão heterogênea
Ex-presidente do Banco Central Europeu, o premiê de 74 anos assumiu a função em fevereiro de 2021 para uma gestão que durou apenas 1 ano e meio. Durante o período em que esteve no cargo, trouxe ao país uma situação de relativa estabilidade política durante a pandemia.
Ele recebeu o convite do presidente para liderar uma coalizão que reúne quase todos os partidos representados no Parlamento — a exceção do partido de extrema direita Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália), que decidiu permanecer na oposição.
Créditos: Metrópoles.