A próxima semana no Congresso Nacional pode ser mais favorável para a oposição ao governo de Jair Bolsonaro (PL). Ao menos três ministros devem comparecer ao Poder Legislativo para prestar esclarecimentos sobre assuntos polêmicos. Na terça-feira 5, parlamentares aguardam Paulo Guedes (Economia), Marcelo Queiroga (Saúde) e Victor Godoy (Educação) para questionamentos em sessões de comissões da Casa.
O primeiro a ser ouvido é Marcelo Queiroga em reunião conjunta, às 9h. São sete requerimentos apresentados por deputados do PT, PSB e PCdoB. Entre os questionamentos, os parlamentares querem saber a atual situação da pandemia de covid-19 no Brasil.
Outro motivo é suposto envolvimento de Antônio Cristóvão Neto, filho de Queiroga, em atuação junto ao Ministério da Saúde para obter liberação de recursos públicos da pasta para atender prefeituras da Paraíba.
De acordo com deputados, ele teria agido como “intermediário dos prefeitos, disponibilizando a agenda do pai em troca de apoio à sua candidatura.” O filho de Queiroga é pré-candidato a deputado federal pelo Estado.
Às 9h30, Paulo Guedes vai ser confrontado sobre propostas de reestruturação e aumento salarial para servidores da Segurança Pública, como Polícia Federal.
Em maio, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse que enviou propostas das entidades de classe para a Economia, mas as análises estão “travadas”. Essa troca de informações entre ministros motivou o convite a Guedes.
“Tendo em vista que há previsão orçamentária, já aprovado no Congresso Nacional para atender esses agentes, é necessidade o comparecimento do ministro da Economia para explicar a fala do ministro da Justiça e informar onde foi parar esses recursos”, dizem em trecho do requerimento os deputados Luis Miranda (Republicanos-DF) e Subtenente Gonzaga (PSD-MG). “O ministro da Justiça atribui a morosidade ou a trava da reestruturação e aumento ao ministro da Economia.”
Ministro da Educação deve falar à tarde
A agenda de terça-feira na Câmara está cheia de ministros. À tarde, os holofotes devem estar voltados para a plenário 8 do anexo 2 da Câmara dos Deputados a partir das 14h. Isso porque o ministro da Educação Victor Godoy será sabatinado sobre a Operação Acesso Pago, que prendeu o ex-ministro da pasta Milton Ribeiro e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura no dia 22 de junho.
A principal acusação é de que o Ministério da Educação privilegiava prefeitos indicados pelos pastores em repasses do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FDNE).
Torres vai ao Senado e Câmara
Ainda sem data definida, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, foi convidado a participar de comissões na Câmara dos Deputados e no Senado.
Na Comissão de Transparência do Senado, Torres vai explicar o que levou a Polícia Rodoviária Federal (PRF) a negar acesso aos processos administrativos dos agentes envolvidos na morte de Genivaldo Santos — morto por asfixia durante uma abordagem.
Deputados da Comissão de Trabalho da Câmara aguardam Torres para que ele seja questionado sobre uma suposta interferência do governo Bolsonaro na Polícia Federal no caso da investigação contra o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.
O convite foi feito depois de uma interceptação telefônica legal entre o ex-ministro e a filha citar o presidente Bolsonaro. Na gravação, Ribeiro diz que Bolsonaro ligou para falar sobre pressentimento acerca de uma possível operação da PF, o que aconteceu na sequência e Ribeiro foi preso.
Créditos: Revista Oeste.