Em maio, a Caixa Econômica Federal disponibilizou R$ 15,6 bilhões ao setor imobiliário por meio de créditos, o maior valor mensal da história do banco estatal. Mesmo com o poder de compra reduzido e a inflação no entorno de 12%, o mercado de imóveis se mantém estável e os brasileiros continuam buscando imóveis. Muitas pessoas sonham com a casa própria, e uma das formas mais utilizadas para conseguir realizar esse desejo é com um financiamento.
Entrevistada pela reportagem da Jovem Pan News, Fabiana Santos é uma dessas brasileiras que sempre quis comprar um imóvel e, mesmo sabendo que iria pagar durante 30 anos mais do que o dobro do valor, quis fazer um financiamento no banco. “Eu não tenho o valor do imóvel para poder pagar à vista, e tinha a oportunidade de aproveitar o FGTS. Acho que não tem como fugir disso, se quiser, tem que financiar mesmo. E eu não achei confiável consórcio”, relata a compradora.
O especialista em investimentos Sanzio Cunha acredita que o setor deve se manter estável nos próximos meses: “De forma geral a economia nossa vem mostrando uma boa reação. A gente tem um desafio muito maior em 2023 do que em 2022. Esse ano é um ano de controle de inflação, é um desafio também. O setor imobiliário é um dos setores mais relevantes da nossa economia, ele e o setor automobilístico de fato puxam muito a economia brasileira”.
Neste mês, passou na Câmara dos Deputados uma proposta que pode mudar as regras de empréstimos. Pela atual lei vigente um imóvel residencial próprio é impenhorável e não pode ser usado por qualquer tipo de dívida, apenas em dois casos específicos, como explica a advogada Luana Esteves: “Para financiamento do próprio imóvel ou então para financiamento de uma reforma desse próprio bem. Aí ele pode ser dado como garantia real nas instituições financeiras”.
O projeto de lei do governo, no entanto, permite que as famílias penhorem o próprio imóvel residencial para quitar uma dívida. A medida tem gerado discussões. Para a advogada, a proposta favorece apenas as instituições financeiras. “Há um risco muito grande aos consumidores, porque os consumidores vão ser atraídos a formalizarem estes empréstimos sendo que as pessoas não se projetam no futuro para ver se realmente vão conseguir arcar com o pagamento do empréstimo que ela está contraindo. Então pode vir a perder seu único bem, que é utilizado como moradia. E isso vai acarretar um risco às populações de baixa renda”, opina. O PL ainda passar pela aprovação do Senado antes da sanção presidencial.
Créditos: Jovem Pan.