Se você está pensando que a notícia é falsa, quase acertou – o que também significa que quase errou – então, mas vamos aos fatos:
Nenhuma empresa da iniciativa privada permitiu que os funcionários aumentassem o próprio salário e nem repassou tais despesas aos clientes. Até porque, se isso tivesse acontecido, as pessoas iriam comprar em outra freguesia e a empresa afundaria em dois tempos. Porém, quando se trata de empresas públicas, a coisa muda de figura.
Uma procuradora-geral do estado de São Paulo aprovou um parecer para que ela mesma e seus coleguinhas procuradores-gerais estaduais recebam um salário igual ao dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
É isso mesmo: um parecer elaborado por eles mesmos e aprovado por eles próprios, arredondava os salários deles mesmos – ou a remuneração deles próprios – para R$ 39,3 mil, que é o “teto” salarial do funcionalismo público no país (com aspas de pura ironia já que, na prática, eles podem ganhar muito mais).
Só que, como a imprensa noticiou, a internet caiu matando e pegou muito mal, o governador resolveu barrar o aumento. Agora, os pobrezinhos dos procuradores, aqueles que defendem o estado de São Paulo na Justiça, vão ter de continuar ganhando apenas R$ 35,4 mil. Uma pena, não é mesmo?
Mas, calma lá, pois nem tudo está perdido! Diferentemente dos procuradores do estado, os amiguinhos procuradores do município de São Paulo conseguiram o aumento e, desde janeiro, estão recebendo o “teto” direitinho, tudo pago pelo contribuinte paulistano que não reclamou de nadinha, nadinha. Aliás, não reclamou porque nem sequer ficou sabendo! Na calada da noite, sem nenhum debate e sem passar por qualquer aprovação na Câmara Municipal os procuradores da cidade conseguiram o que tanto procuravam .
O que pode parecer absurdo em qualquer empresa privada financeiramente saudável e administrativamente sã, acontece todos os dias nas empresas públicas bem debaixo dos nossos narizes. E advinha só quem paga essa farra toda? Não é à toa que a gente avisa que é melhor não ler…
Créditos: R7.