Desde que a reeleição de ocupantes do Executivo foi aprovada no Brasil, há 25 anos, mais de 70% dos governadores conseguiram se manter no cargo, segundo um levantamento da CNN a partir das informações eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A recondução foi liberada com a aprovação da Emenda Constitucional nº 16, em 1998. Ela permite a reeleição do presidente da República, governadores de estado e do Distrito Federal, prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos para um único período subsequente.
Ao todo, desde que a regra entrou em vigor, já foram 100 tentativas de reeleição nos governos estaduais. Dessas, 71 obtiveram sucesso.
As unidades da federação que mais reelegeram foram Amazonas, Maranhão, Piauí, Roraima e Sergipe, com quatros reeleições em seis pleitos estaduais. O Rio Grande do Sul nunca reconduziu um governador. Em seguida, Distrito Federal e Espírito Santo reelegeram apenas uma vez um chefe do Executivo estadual.
Quatro mandatos no poder
Em alguns estados, um mesmo governador já conseguiu se reeleger em dois períodos diferentes. Foi o caso de Geraldo Alckmin (PSB), em São Paulo. Ele assumiu pela primeira vez em 2001, com a morte de Mário Covas (PSDB), e se reelegeu no ano seguinte. Em 2010, Alckmin foi eleito novamente para o cargo. Quatro anos depois conseguiu sua segunda reeleição.
Marconi Perillo (PSDB), em Goiás, também se reelegeu em 2002 e 2014. No Piauí, Wellington Dias (PT) foi reconduzido em 2006 e 2018, assim como Waldez Góes (PDT), no Amapá.
Já no Maranhão, Roseana Sarney conseguiu o segundo mandato consecutivo em 1998, pelo então PFL, e novamente em 2010, pelo PMDB. As duas siglas mudaram de nome: enquanto a primeira se tornou o Democratas (DEM) e posteriormente se fundiu com o PSL para formar o União Brasil, a segunda é chamada de MDB atualmente.
As tentativas de reeleição em 2022
Nas eleições de outubro, 20 governadores devem buscar a reeleição. Muitos deles passaram a ocupar o cargo há poucos meses. No Tocantins, por exemplo, Wanderlei Barbosa (Republicanos) é considerado candidato à reeleição, mesmo tendo assumido definitivamente em março deste ano, após renúncia do então governador Mauro Carlesse (União Brasil).
Quatro dos governadores que vão buscar a reeleição esse ano assumiram o cargo em 2022. Claudio Castro (PL-RJ) assumiu como governador do Rio de Janeiro em 2021, após Wilson Witzel ter o mandato cassado. Os outros 15 governadores foram eleitos nas eleições de 2018.
Entre os governantes atuais que não disputarão o cargo, estão aqueles que não podem se reeleger novamente. São eles: Rui Costa (PT-BA), Paulo Dantas (MDB-AL), Paulo Câmara (PSB-PE), Belivaldo Chagas (PSD-SE) , Reinaldo Azambuja (PSDB-MS) e Antônio Waldez Góes (PDT-AP), que foram eleitos pela primeira vez em 2015, portanto, não podem pleitear o cargo pela terceira vez seguida.
Regina Souza (PT), que assumiu o cargo em março desse ano após Wellington Dias (PT) renunciar para concorrer ao Senado pelo Piauí, não quer buscar a reeleição.
No Ceará, há o caso de Izolda Cela (PDT), atual governadora que teria o direito de tentar a recondução, mas por escolha do partido não irá concorrer. Roberto Cláudio, ex-prefeito de Fortaleza, será o candidato pedetista no estado. Após a decisão, ela pediu sua desfiliação ao PDT.
Eduardo Leite (PSDB) também concorre à reeleição, apesar de ter renunciado ao comando do Rio Grande do Sul em março. Ele não pode pleitear o cargo novamente em 2026.
Isso não impede que ele concorra ao governo de seu estado em outras eleições – e até mesmo tente a reeleição no ano subsequente.
Créditos: CNN.