Candidato à presidência pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Lula deu indicações de recriação de ministérios em 2023, em caso de vitória nas eleições de outubro. Além da intenção de inchar o governo, o petista deseja evitar a escolha de nomes técnicos para o comando das pastas.
Em entrevista ao UOL nesta quarta-feira, 27, Lula disse que pretende criar o Ministério de Causas Indígenas, além de recriar pastas extintas nos últimos anos.
Lula citou especificamente o Planejamento, que foi absorvido por Economia no governo Bolsonaro, e Cultura, que teve status de secretaria nos últimos anos. De resto, sugeriu elevar outros temas à condição de ministério.
“Vou recriar o Ministério de Igualdade Social, o de Direitos Humanos, o de Pesca, e criar o de Causas Indígenas, e terá que ter um índio no ministério. Não precisa ser um branco de terno e gravata. Vou recriar ministérios que existiam no meu governo. Um país do tamanho do Brasil não pode deixar de ter um Ministério do Planejamento. Esse país tem que ser planejado de curto, médio e longo prazo. Esse país tem que ter uma prateleira de projetos feitos pelo Ministério do Planejamento.”, afirmou.
“Vamos criar ministérios necessário porque, quando coloca uma coisa importante, como cultura, no lugar secundário, você não está dando importância. Cultura vai ser muito importante. Vamos criar comitês estaduais para ver se consegue nacionalizar cultura.”
Em resposta sobre o nome ideal para comandar o Ministério da Economia, Lula sugeriu que não deseja contar com um nome técnico, assim como fez em 2003, na época com o médico Antonio Palocci, ex-prefeito de Ribeirão Preto.
“O perfil é alguém com a cabeça política. Pode ser médico, advogado, catador de recicláveis, mas tem que ter habilidade política para ser ministro da Economia. Não quero governo burocrático, só de técnicos. Se fosse assim eu iria na USP e montava o governo, ou em Harvard. Todos os meus ministros vão ter cabeça política. Ele monta a equipe com os melhores técnicos”, afirmou.
Em caso de êxito nas eleições de outubro, o petista ainda revelou que pretende abrir diálogo com governadores vitoriosos para estabelecer uma agenda conjunta nos primeiros 100 dias de administração.
“Logo no começo quero fazer uma reunião com todos os 27 governadores. Quero ouvir deles quais as três principais obras de infraestrutura, o que podemos fazer na educação e na saúde, ainda antes do Carnaval. O ex-presidente Juscelino Kubitschek fez 50 em 5, e eu quero fazer 40 em 4. Porque o Brasil precisa de urgência para recuperar o emprego e a qualidade de vida do povo.”
Créditos: Revista Oeste.