Nos EUA, seis meninas de 5 a 12 anos desenvolveram a condição
Nos Estados Unidos, onde a moda é permitir e até incentivar que crianças, inclusive as pequenas, façam tratamento para mudança de gênero, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora de alimentos e medicamentos do país, informou que o uso de bloqueadores de puberdade pode causar inchaço cerebral, perda de visão e sérios riscos para crianças.
De acordo com funcionários da FDA, seis meninas de 5 a 12 anos que fizeram uso do produto bloqueador de puberdade – o hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) – apresentaram pseudotumor cerebral, condição cujos sintomas são semelhantes aos de um tumor no cérebro.
Porém, não se trata disso. No caso do pseudotumor, verifica-se, sim, uma pressão maior do sistema de líquidos de dentro do crânio, mas exames de imagem não detectam a presença de tumores, nem o aumento das cavidades do cérebro ou qualquer outra causa anatômica.
“Cinco meninas estavam em tratamento para puberdade precoce e uma em tratamento para transgêneros”, disseram funcionários da FDA em relatório publicado pela Academia Americana de Pediatria(AAP). “O início dos sintomas do pseudotumor cerebral variou de 3 a 240 dias após o início do tratamento com GnRH.”
Os sintomas mais comuns foram distúrbios visuais, dores de cabeça e vômitos, mas também houve aumento da pressão arterial, edema cerebral e neuropatia abducente (paralisia de um nervo ocular).
Um porta-voz da FDA disse que os casos foram considerados clinicamente graves e que a agência determinou a colocação de uma advertência nos produtos a base de GnRH aprovados para pacientes pediátricos. Os técnicos ainda não sabem como a substância causa o pseudotumor, mas, como o risco é grave, a rotulagem específica deverá ser feita.
Os bloqueadores da puberdade e os hormônios voltaram a ser criticados depois que a secretária assistente de saúde do presidente Joe Biden, Rachel Levine, afirmou que os EUA deveriam garantir o acesso dos jovens aos chamados “cuidados de afirmação de gênero”.
No entanto, o Departamento de Saúde da Flórida argumentou o oposto das alegações de Levine, dizendo que, devido à falta de evidências conclusivas e ao potencial de efeitos irreversíveis e de longo prazo, os médicos não devem prescrever bloqueadores de puberdade ou terapia hormonal para menores de 18 anos.
“Com base nas evidências atualmente disponíveis, ‘incentivar a mastectomia, ovariectomia, extirpação uterina, deficiência peniana, depilação traqueal, prescrição de hormônios que estão em desacordo com a constituição genética da criança ou bloqueadores da puberdade, são práticas clínicas que correm um risco inaceitavelmente alto de causar danos’”, escreveu o Departamento de Saúde da Flórida em um memorando.