Centenas de voos de vários aeroportos europeus foram cancelados ou sofreram atrasos neste fim de semana, deixando milhares de passageiros à espera de uma solução. Desde o início de junho, por motivos variados, que incluem excesso de passageiros, déficit de funcionários e greves, aeronaves com voos programados não têm decolado ou têm partido com muito atraso, causando filas e enorme insatisfação dos passageiros.
Nesse fim de semana, o problema foi mais intenso nos aeroportos da Espanha e da França. Em Madri, tripulantes de duas companhias aéreas — da Ryanair e da EasyJet — fizeram greve, gerando efeito cascata de atrasos e cancelamentos. Os funcionários da Ryanair estão em greve desde 24 de junho. Na EasyJet, a paralisação começou na sexta-feira 1º.
Na capital francesa, bombeiros que atuam no Charles de Gaulle também cruzaram os braços.
Os sindicatos que representam os trabalhadores das duas companhias anunciaram um calendário de paralisações para todo o mês de julho, justamente quando começaram as férias escolares de verão.
Excesso de cancelamentos em Londres
Aeroportos do Reino Unido e da Holanda também têm enfrentado dificuldades para lidar com o aumento do tráfego, especialmente porque há uma demanda reprimida neste período, devido às políticas de confinamento e aos sucessivos bloqueios ocorridos durante a pandemia de covid-19.
De acordo com a empresa de dados de aviação Cirium, 400 voos foram cancelados em todos os aeroportos do Reino Unido entre 24 e 30 de junho, representando um aumento de 158% em relação aos mesmos sete dias de 2019. O aeroporto mais movimentado de Londres, Heathrow, pediu às companhias aéreas na semana passada que reduzissem os voos, já que o número de passageiros estava acima do que poderia suportar.
Na Alemanha, o problema tem sido agravado pela falta de pessoal disponível nos aeroportos e no quadro de funcionários da empresa Lufthansa.
As repercussões de toda essa desordem no sistema aéreo internacional já atingem o Brasil. Neste sábado, 2, o Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, estava excepcionalmente lotado e caótico, mesmo para uma época do ano costumeiramente problemática como esta, que marca o início das férias de julho. Os passageiros enfrentaram atrasos, filas gigantescas e aglomerações.
Analistas do setor de aviação acreditam que é improvável que os caos nas viagens aéreas na Europa seja solucionado nos próximos meses.
Créditos: Revista Oeste.