Jovem se vê como não-binária, isto é, não se identifica nem com o gênero masculino e nem com o feminino
Uma estudante trans agrediu uma colega depois da aula na última quinta-feira (7). A confusão ocorreu no Colégio Instituto de Educação de Maringá, no Paraná, e teria sido motivada porque a aluna agredida e uma amiga teriam se oposto ao uso do banheiro feminino por pessoas não binárias. Todos os envolvidos têm 17 anos e são alunos do 3º ano do ensino médio.
Os familiares da vítima afirmam que ela e uma amiga teriam reclamado sobre o uso do banheiro feminino por parte da estudando trams para a pedagoga da instituição. Ainda de acordo com a família, ambas sentiram-se constrangidas com a situação.
As informações apontam que a pedagoga teria exposto o caso para que todos os votassem e decidissem o que fazer. A votação, entretanto, foi desfavorável à estudante trans não-binário, ou seja, que não se identifica nem com o gênero masculino e nem com o feminino.
A ocorrência tomou maiores dimensões ao final da aula da última quinta, quando a aluna trans, junto com uma outra amiga, foi ao ponto de ônibus que fica perto do colégio para tirar satisfação com as duas colegas que reclamaram. Uma discussão se iniciou ao ponto das quatro jovens brigarem.
A confusão foi gravada por outros alunos do colégio, que também estavam no local. Um Boletim de Ocorrência foi registrado pela família de uma das alunas agredidas. Segundo estes familiares, a jovem está com medo de retornar à escola. A família estuda transferi-la de colégio.
Familiares da estudante trans também registraram Boletim de Ocorrência. Segundo a jovem, o tio de uma das alunas agredidas a procurou e a ameaçou.
O Colégio Estadual Instituto de Educação de Maringá emitiu uma nota oficial. Segundo o comunicado, a instituição irá apurar “se houve qualquer conduta por parte de servidores(as) do colégio que possa ter contribuído para o triste desfecho”.
NOTA DO COLÉGIO
Como medida imediata, logo que os fatos chegaram ao conhecimento da direção, os responsáveis dos(as) alunos(as) vítimas de violência foram orientados(as) a registrar boletim de ocorrência junto às autoridades policiais e, ato contínuo, foi realizado contato com a patrulha escolar solicitando uma reunião de orientação com as famílias dos(as) envolvidos(as), esta reunião ocorreu, logo na manhã do dia seguinte
NOTA DA SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO
A Secretaria Estadual de Educação (SEED) divulgou no fim da manhã desta segunda-feira (11) uma nota oficial sobre o caso. A SEED nega que o colégio tenha realizado uma pesquisa entre os alunos sobre o uso do banheiro e afirma que, assim que os responsáveis pelo estudante não-binário identificarem o gênero, o estudante passa a usar o banheiro correspondente.
Segue a nota na íntegra
A direção não pediu para que fosse feita uma pesquisa entre alunos. Uma estudante, sem autorização da direção, fez uma pesquisa informal, perguntando aos demais alunos sua opinião a respeito do uso do banheiro por pessoas trans. Essa teria sido a situação que desencadeou a briga nas proximidades da escola na última quinta-feira (7). Já na sexta-feira (8) os responsáveis dos estudantes foram chamados para uma conversa na escola, na presença do Conselho Tutelar. A orientação da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (Seed-PR) em relação ao uso do banheiro por alunos transexuais é que a escola dialogue com a família. A partir do momento em que os responsáveis pelo aluno fazem o registro no Sistema Estadual de Registro Escolar (Sere) indicando sua identidade de gênero, o estudante passa a utilizar o banheiro correspondente
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