A PEC que permite a parlamentar assumir o comando de embaixada sem perder o mandato está na pauta da reunião desta quarta-feira (06) da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A votação de projetos começa às 10h30.
O presidente da CCJ, Davi Alcolumbe (União Brasil-AP), articula nos bastidores a aprovação a toque de caixa da PEC.
De acordo com o site g1, ele tem dito que não há resistências nem do Planalto nem do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. A expectativa é aprovar a PEC antes do recesso.
Entre diplomatas, há um temor de que a proposta passe ainda hoje na CCJ.
Ministros ligados ao Centrão disseram ao site que o governo não fez acordo pela PEC, mas também afirmaram que não vão “se meter” e que ela tem “chances de passar.” Ou seja: a senha de que não vão atrapalhar os planos de Alcolumbre.
Os próprios auxiliares de Pacheco admitem, reservadamente, que a pauta é de interesse de Davi e, como ele é próximo a Pacheco, seria difícil ficar contra.
Ex-ministros do Itamaraty, como o ex-chanceler Celso Amorim, chamam a PEC de “desastre” e de “desestímulo” para os diplomatas de carreira. “Sob qualquer aspecto será um desastre para o Brasil. Afeta profundamente a instituição, talvez a mais representativa do estado brasileiro”, diz Amorim. “É uma espécie de mercadoria política com a escolha de embaixadores, lamentável. Quem não se eleger vai cair numa embaixada”, lamenta.“É um desestimulo total à entrada de primeira qualidade na carreira de estado”, disse ele ao blog g1.
Diplomatas tentam adiar a proposta junto a senadores como Mara Gabrilli (PSDB-SP).
A assessoria de Mara disse que o Davi que já teria apoio suficiente pra aprovar a PEC. Ela pediu a audiência para tentar frear, mas a expectativa é aprovar hoje na CCJ. Talvez, já na semana que vem vá para plenário e seja aprovada.